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Educação e Tecnologia

Universidades federais de MS terão corte de R$ 11,4 milhões em 2026

UFMS e UFGD afirmam que irão reavaliar planejamento e buscar recomposição via MEC

Por Judson Marinho | 25/12/2025 12:15
Universidades federais de MS terão corte de R$ 11,4 milhões em 2026
Fachada da reitoria da Universidade Federal da Grande Dourados (Foto: Divulgação / UFGD)

As duas universidades federais de Mato Grosso do Sul terão uma redução conjunta de R$ 11,4 milhões no orçamento de 2026, conforme o Projeto de Lei Orçamentária Anual.

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As universidades federais de Mato Grosso do Sul, UFMS e UFGD, enfrentarão cortes orçamentários de R$ 11,4 milhões em 2026, conforme o Projeto de Lei Orçamentária Anual. A UFMS terá redução de R$ 8,2 milhões, e a UFGD perderá R$ 3,2 milhões. Os cortes afetam áreas essenciais, como educação infantil, infraestrutura e assistência estudantil, agravando o cenário financeiro das instituições. A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) alerta que os cortes comprometem a capacidade de manutenção das atividades acadêmicas e de pesquisa. As universidades buscam recomposição orçamentária junto ao Ministério da Educação, mas enfrentam desafios para garantir a continuidade dos serviços essenciais e evitar o aumento da evasão estudantil.

A UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) terá corte de R$ 8,2 milhões, enquanto a UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) perderá R$ 3,2 milhões em relação ao previsto inicialmente. As reduções atingem também áreas de educação infantil, agravando o cenário financeiro.

Pelos dados das instituições documentados em relatório da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior), a UFMS, que tinha previsão de R$ 120 milhões, passa a contar com um orçamento reduzido, enquanto a UFGD, com estimativa inicial de R$ 47,9 milhões, também sofrerá contenção.

No atendimento à educação infantil, a UFMS terá menos R$ 1,6 milhão (de R$ 21,4 milhões previstos para R$ 19,8 milhões aprovados), e a UFGD, menos R$ 700 mil (de R$ 10 milhões para R$ 9,3 milhões).

Os cortes atingiram todas Universidades Federais. Conforme noticiado pelo Campo Grande News, a redução foi feita pelo Congresso Nacional durante a tramitação do Projeto de Lei Orçamentária Anual e atinge diretamente os recursos usados para despesas básicas, como água, energia, segurança, limpeza, manutenção predial e bolsas estudantis.

As universidades executaram R$ 6,82 bilhões em 2025, mas o Congresso retirou R$ 488 milhões da previsão inicial para 2026, fazendo com que o montante aprovado fique nominalmente abaixo do ano anterior. Na assistência infantil, o orçamento caiu de R$ 1,36 bilhão para R$ 1,26 bilhão, redução de R$ 100 milhões.

A Andifes avalia que o cenário aprofunda um quadro já crítico, prejudicando o funcionamento regular das instituições. Segundo a entidade, o orçamento não cobre aumentos de contratos terceirizados nem perdas inflacionárias, reduzindo a capacidade de custeio.

Em conclusão do relatório nacional das reduções orçamentárias, a Andifes analisou que o cenário de redução aprovada pelo Congresso tem sido "frequente nos últimos anos, mas com agravamento expressivo da situação para o ano de 2026. Esta situação desvia as discussões sobre a necessidade de suplementação do orçamento das IFES, tornando necessário que a Andifes foque, inicialmente, em ações reparatórias para a recomposição de um orçamento que já era insuficiente".

"Além disso, as sucessivas reduções orçamentárias sofridas pelo MEC ao longo do tempo comprometem a capacidade de suplementações orçamentárias posteriores. Como consequência, as IFES, a cada ano, perdem um pouco da sua capacidade de manter a excelência das atividades de ensino, pesquisa, extensão e inovação tecnológica," concluiu a associação.

Universidades de MS - O pró-reitor de Avaliação Institucional e Planejamento da UFGD, Amilton Luiz Novaes, afirmou ao Campo Grande News que a instituição vai analisar a situação após o recesso e já trabalha junto à Andifes para buscar recomposição no Ministério da Educação.

Na UFMS, a reitora Camila Ítavo destaca que o corte nacional de aproximadamente R$ 400 milhões obrigará à instituição a rever o planejamento do próximo ano.

“Esse cenário impõe desafios adicionais à gestão universitária, especialmente na manutenção da infraestrutura, no custeio de serviços essenciais e na garantia das condições necessárias para o desenvolvimento do ensino, pesquisa e extensão”, declarou.

Ela afirma que será necessário redefinir prioridades e adotar medidas de eficiência para garantir a continuidade das atividades. A assistência estudantil deve ser mantida como prioridade para evitar aumento da evasão acadêmica.

“A preservação das políticas de apoio aos estudantes em situação de vulnerabilidade permanece como diretriz central,” completou.

Com os ajustes previstos, UFMS e UFGD aguardam negociações federais para tentar recompor os valores e reduzir o impacto nos serviços oferecidos em 2026.