Com 2 corredores e só 1 na ativa, tráfego emperra na Av. Bandeirantes
Via possui ao menos 3,8 quilômetros de faixa exclusiva que funcionam como estacionamento e pista rápida
Com cerca de 3,8 quilômetros de corredor de ônibus inutilizado, a Avenida Bandeirantes, em Campo Grande segue como motivo de reclamação entre motoristas e comerciantes. São duas faixas destinadas aos ônibus, uma à direita, realmente usada por eles, e outra à esquerda, apenas com sinalização, sem prazo para ser ativada para o transporte público.
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A Avenida Bandeirantes, em Campo Grande, enfrenta problemas de tráfego devido à inutilização de um corredor de ônibus. Com 3,8 quilômetros de extensão, a via possui duas faixas exclusivas para transporte público, mas apenas uma está em funcionamento, restringindo o fluxo de veículos particulares a duas faixas centrais. Comerciantes e motoristas relatam acidentes frequentes e congestionamentos, especialmente nos horários de pico. A situação é agravada pelo estacionamento irregular de veículos no corredor inativo e pela confusão dos condutores sobre o uso correto das faixas. A Agetran foi procurada para esclarecimentos sobre a readequação do trânsito, mas não se manifestou.
No fim, restam apenas duas faixas para carros e motos, o que gera confusão na cabeça de quem transita pela Bandeirantes e medo de ser multado por usar espaço que serviria aos ônibus. Para não correr risco, a maioria se restringe às duas faixas centrais, tornando o fluxo lento e congestionado.
O corredor exclusivo que está localizado no lado esquerdo da pista em quase todo o trecho da Avenida Bandeirantes. Ele começa no retorno da Avenida Marechal Deodoro e segue até o cruzamento com a Rua 26 de Agosto. Só duas quadras antes de chegar à Avenida Afonso Pena, o corredor domina apenas o lado direito da via.
“É uma dificuldade que a gente tem aqui por conta dessa faixa que teoricamente seria para o ônibus, mas ele não usa. Usa o outro lado e isso impacta o comércio de uma forma geral”, reclama o empresário Renato Louzan, de 35 anos.
Ele relata que a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) já aplicou algumas multas nos carros estacionados na faixa exclusiva de ônibus mas ainda inativa. "Durante o horário de pico é o pior momento, tem pelo menos um acidente por semana. O fluxo é muito alto pra pouco espaço, e as pessoas ficam confusas se podem ou não usar essa faixa", detalha ele.
O vendedor Miguel Ferreira, de 32 anos, também considera o trecho uma “bagunça” e aponta que o uso irregular do corredor agrava o problema. “Os garagistas estacionam os carros que estão à venda no corredor, o que tira as vagas que poderiam ser usadas pelos clientes. E do outro lado, ainda passam os ônibus”, relata.
Ainda segundo ele, muitos condutores não sabem utilizar o corredor de ônibus na hora de fazer a conversão à esquerda, o que acaba ocasionando acidentes.
A comerciante Ronise Greffe, de 47 anos, relata que os acidentes são frequentes em frente ao seu estabelecimento. “Aqui é campeão de acidentes; já houve até a morte de um motoqueiro por conta desse problema. A expectativa é que tirem o corredor de ônibus porque não fica nem para lá nem para cá e atrapalha o comércio. Muita gente passa reto porque não encontra vaga. É bem travado, principalmente no horário de pico”, afirma.
Ela também destaca que a falta de espaço e de sinalização adequada causa prejuízos aos motoristas. “As pessoas passam e não veem; acabam estourando pneus e quebrando para-choques. Se houvesse pelo menos mais uma faixa liberada, o trânsito fluiria melhor. Seria preciso retirar esses carros estacionados e deixar o ônibus apenas de um lado. Antes, o problema da Bandeirantes era o asfalto, que era ruim e ninguém passava por ali. Agora, depois de recapeado, o problema é a falta de espaço e organização.”
O Campo Grande News procurou a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) para saber o motivo do corredor não estar em uso e se há previsão de readequação do trânsito na região, mas não obteve retorno até a publicação deste material. O espaço segue aberto para explicações futuras.
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