Com motoristas folgados e estacionamento cheio, parar no aeroporto virou bagunça
O pátio tem 261 vagas, mas motoristas não querem pagar estacionamento e acabam utilizando de forma irregular

Estacionar no Aeroporto Internacional de Campo Grande tem se tornado uma tarefa difícil, especialmente para motoristas profissionais que dependem diariamente de uma vaga.
RESUMO
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Motoristas profissionais enfrentam dificuldades para estacionar no Aeroporto Internacional de Campo Grande devido à falta de vagas e ao uso irregular das áreas reservadas para táxis e embarque/desembarque. Taxistas reclamam da falta de fiscalização e do desrespeito de outros motoristas, que ocupam indevidamente seus espaços e vagas de curta duração. A situação causa transtornos e prejuízos aos profissionais que dependem do estacionamento para trabalhar. O diretor do aeroporto, Usiel Paulo Vieira, afirma desconhecer as reclamações, mas garante que há obras planejadas para ampliação do estacionamento e reordenação da área frontal. A Aena, administradora do aeroporto, confirma os investimentos, que incluem novo terminal de passageiros, pista de pousos e decolagens e ampliação do estacionamento para atender o público e funcionários. A previsão de conclusão das obras é junho de 2026.
O pátio tem 261 vagas, mas o que ocorre, muitas vezes, é que motoristas não querem pagar estacionamento e acabam utilizando, de forma irregular, as áreas destinadas exclusivamente para táxis e para operações rápidas de embarque e desembarque. Em vez de respeitarem o tempo de parada, eles permanecem estacionados por horas, ocupando indevidamente os espaços reservados.
Pelo menos, até o início do ano, a hora estava custando R$ 8 e a diária R$ 30, segundo um funcionário do local.
A taxista Nelci Cardoso, de 68 anos, reclama da falta de fiscalização. “Aqui é difícil, falta fiscalização, tem gente que manda passar por cima, pergunta se somos donos do aeroporto. Nós que somos credenciados, pagamos nossos impostos, se nós não pagarmos, a Agetran vem nos fiscalizar e manda tirar o carro”, disse.
Outro problema que ela relata é o desrespeito por parte dos outros motoristas. “Os motoristas de aplicativo deveriam ter coleguismo, parar do lado, respeitar nosso local, porque nós pagamos e eles não pagam nada. Também tem o estacionamento que ninguém quer pagar. Tem as vagas de embarque e desembarque, mas as pessoas querem vir e deixar ali 1 hora, 2 horas aguardando. Aí é difícil”, pontuou.
Para Nelci, a solução para melhorar seria “mais fiscalização, tanto por parte da Aena, quanto fiscalização dos policiais de trânsito para organizar, porque é uma desorganização total.”
A visão do taxista Elias de Barros Andrade, de 70 anos, não é diferente. “É horrível. É difícil estacionar. Tenho a vaga garantida, mas já encontrei gente na minha vaga, tem que tomar conta todo dia. Tinha que ter mais vagas, o pessoal não respeita, eles param mais de lado, mas quando não tem o táxi aqui, eles param na vaga do táxi”, desabafou.
Ao ser questionado como ele define o trânsito dentro do aeroporto, ele responde “loucura, loucura”.
Os próprios funcionários também reclamam. Uma das atendentes, de 50 anos, disse que precisa deixar o veículo longe e ir andando até o aeroporto. “A gente deixa lá na frente. Para quem é funcionário, não tem onde parar. Não tem espaço para a gente, eu nem pago”, contou.
Conforme a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) “a via em questão é uma via pública municipal, sujeita à fiscalização, realizada pelos órgãos competentes, na qual apenas os veículos que estiverem em desacordo com a regulamentação são devidamente notificados”. No entanto, a agência não informou se a fiscalização tem ocorrido regularmente.

Outro lado – Em entrevista ao Campo Grande News, o diretor do Aeroporto Internacional de Campo Grande, Usiel Paulo Vieira, informou que não tem conhecimento sobre reclamações do estacionamento, mas mesmo assim, existe previsão de obras para ampliação.
“Eu não tenho histórico de que o estacionamento fica lotado. Na medida em que as obras forem avançando, toda aquela área na frente vai ser reordenada, vai ter uma ocupação de locadoras, ampliação de estacionamento. O parque de abastecimento das aeronaves, que tem aqui na frente, vai mudar para uma área que está sendo criada, e vai ser ocupada pelos estacionamentos”, explicou.
Ainda de acordo com Usiel, as obras também incluem piso superior, nova sala de embarque, três pontos de embarque, requalificação das posições de aeronave, nova pista de taxiway. A previsão é de finalizar tudo em junho de 2026.
Em complemento, a Aena, empresa que administra o Aeroporto Internacional e Campo Grande, informou que “as obras incluem investimentos que vão desde a ampliação do terminal de passageiros até a pista de pousos e decolagens. Entre as mudanças, está prevista a ampliação do estacionamento, que atende o público externo e funcionários do aeroporto.”

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