Corretor é alvo de novas denúncias por fraudes e prejuízos acima de R$ 100 mil
Carlos Roberto Pereira Júnior, já citado em reportagem, é alvo de novas representações por estelionato
Carlos Roberto Pereira Júnior, corretor de imóveis e acusado de aplicar golpes financeiros em Campo Grande, voltou a ser denunciado por novas vítimas que afirmam ter sido enganadas com promessas de lucros exorbitantes e falsos investimentos. Ele é apontado como responsável por aplicar diversos golpes entre julho de 2024 e agosto de 2025, envolvendo fraudes na venda de cotas de SPE (Sociedades de Propósito Específico) e apropriação indevida de valores. Os casos mais recentes somam prejuízos que ultrapassam R$ 100 mil.
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Corretor de imóveis Carlos Roberto Pereira Júnior é alvo de novas denúncias por fraudes financeiras em Campo Grande. As acusações envolvem promessas de lucros exorbitantes e falsos investimentos em cotas de SPE, com prejuízos superiores a R$ 100 mil entre julho de 2024 e agosto de 2025. Entre as vítimas, um idoso de 61 anos investiu R$ 45,8 mil após promessa de retorno de 133%. Uma corretora de 31 anos alega apropriação indébita de R$ 8 mil referente a bonificação não repassada. O suspeito, que já foi condenado por estelionato anteriormente, nega as acusações e afirma não haver processos formais contra ele.
Em agosto deste ano, o nome de Carlos voltou a ganhar destaque após reportagem do Campo Grande News, intitulada “Palavra de homem não faz curva: acusado de golpe prometia lucros de 140%”, revelando seu envolvimento em fraudes com ativos financeiros. A publicação incentivou novas denúncias, levando à identificação de ao menos 11 vítimas que afirmam ter caído nos golpes aplicados pelo suspeito.
Um dos casos envolve um homem de 61 anos, que registrou representação criminal contra o corretor por duas fraudes financeiras e dois estelionatos praticados entre julho de 2024 e agosto de 2025. Segundo o relato, Carlos prometia retorno de 133% sobre o valor investido, sem riscos, e garantia que a operação seria legal e segura. A vítima investiu R$ 22 mil em julho e outros R$ 23,8 mil em agosto, acreditando adquirir cotas de uma SPE inexistente. Após o prazo de 150 dias, nenhum valor foi devolvido. Mesmo após insistentes cobranças, o suspeito manteve contato com justificativas enganosas, sem devolver um centavo.
Outro caso envolve uma corretora de imóveis de 31 anos que acusa Carlos de apropriação indébita de R$ 8 mil, valor referente a uma bonificação por venda de imóvel que deveria ter sido repassada pela empresa do suspeito. A vítima só descobriu o golpe após confirmar com a construtora que o valor havia sido pago nove meses antes. Confrontado, Carlos alegou bloqueio bancário, mas não apresentou provas nem devolveu o dinheiro.
Além disso, a corretora e um homem de 39 anos também protocolaram representação criminal contra o suspeito por novas fraudes financeiras. Afirmam ter transferido R$ 22 mil e R$ 40 mil em julho e setembro de 2024, atraídos pela promessa de rentabilidade mínima de 156%. Carlos garantiu que os valores seriam devolvidos entre 90 e 150 dias, com lucros de até R$ 205 mil. O prazo venceu em fevereiro de 2025, mas o dinheiro nunca foi devolvido. Desde então, o corretor envia mensagens com novas promessas e prazos, mas sem cumprir nenhuma delas.
Segundo as denúncias, apresentadas ao Ministério Público e disponíveis no portal da instituição, Carlos Roberto Pereira Júnior demonstra reiteração criminosa e prática profissionalizada de fraudes, atuando de forma recorrente para enganar investidores. Ele já foi condenado anteriormente por estelionato, mas beneficiado pela prescrição da pena. Agora, responde novamente por fraude de ativos financeiros, estelionato, inclusive contra idoso, e apropriação indébita.
Conforme a legislação, o crime de estelionato depende de representação da vítima, e o prazo de seis meses para denúncia começa a contar apenas quando o golpe é descoberto. No caso das novas vítimas, o esquema só foi desmascarado após a veiculação da reportagem jornalística, em 13 de agosto, quando perceberam que as SPEs prometidas nunca existiram.
Segundo as denúncias, "Carlos usava sua credibilidade como corretor para oferecer falsos investimentos com rentabilidade garantida, emitindo recibos e prometendo contratos que jamais foram entregues. Quando cobrados, apresentava desculpas como 'problemas documentais' e 'trâmites bancários', mantendo as vítimas em erro por meses. Os caso seguem sob investigação.
Outro lado - Por telefone, o advogado Ângelo Bezerra, defensor de Carlos, afirmou que todas as medidas legais cabíveis serão adotadas. Destacou ainda que o cliente já foi absolvido em 12 processos, em decisões consideradas históricas, e garantiu que, diante dos novos fatos, tomará as providências necessárias para rebater informações falsas atribuídas a ele.
Em nota, Carlos declarou que, até o momento, não há qualquer ação penal, denúncia ou investigação formal instaurada em seu nome no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, conforme consulta oficial aos sistemas processuais, tanto por CPF quanto por nome. Ressaltou ainda que a simples apresentação de representação ao Ministério Público não equivale à abertura de processo ou investigação, tratando-se apenas de um ato inicial sujeito à análise do órgão ministerial.
Sobre as publicações recentes, Carlos afirmou que o episódio anterior dizia respeito apenas a uma representação protocolada no Ministério Público, não acolhida, e que não resultou em intimação para depoimento ou manifestação judicial. Segundo ele, os fatos noticiados correspondem, na verdade, a um desacordo de natureza exclusivamente comercial, sem configurar ilícito penal.
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