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Capital

Dois são presos com armas em ação do Gaeco, entre elas, uma 9 mm de uso restrito

Investigação apontou que grupo utilizava advogados para aliciar servidores e policiais a favor do crime

Por Antonio Bispo | 15/01/2025 10:19
Dois são presos com armas em ação do Gaeco, entre elas, uma 9 mm de uso restrito
Armas apreendida na casa dos alvos nesta quarta-feira (Foto: Divulgação/MPMS)

Alvo de busca e apreensão e prisão, Michael Guimarães Barros, de 35 anos, foi um dos alvos encontrados com arma em casa, durante cumprimento da segunda fase da Operação Snow, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), na manhã desta quarta-feira (15). A identidade do outro preso não foi divulgada até o momento, mas ele tinha uma pistola 9 mm, de uso restrito da polícia e foi detido no Residencial Damha.

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Michael Guimarães Barros, de 35 anos, foi preso durante a Operação Snow, que visava desmantelar uma quadrilha de tráfico de cocaína. A operação, conduzida pelo Gaeco, ocorreu em várias cidades e resultou na apreensão de um revólver e munições na casa de Michael, que já tinha um mandado de prisão. A investigação revelou que a quadrilha usava advogados e servidores públicos para obter informações sobre ações policiais, permitindo que monitorassem cargas de drogas e resolvessem conflitos violentamente. Ao todo, mais de duas toneladas de cocaína foram apreendidas durante as investigações.

A ação policial teve cumprimento de nove mandados de prisão e 17 de busca e apreensão nas cidades de Campo Grande, Dourados, Ponta Porã e Piratininga (SP), e buscou integrantes de quadrilha especializada no tráfico de cocaína, que utilizada servidores públicos e policiais civis.

De acordo com o registro policial, um dos mandados foi cumprido em uma residência localizada na Rua Cachoeira do Campo, no Portal Caiobá, na Capital. Por volta das 6h, quando os agentes chegaram ao imóvel, tentaram por diversas vezes fazer contato com os moradores, mas não houve êxito.

Ao se deslocarem até o piso superior, um dos cômodos estava com o ar-condicionado ligado, sendo realizada nova tentativa de contato. Uma mulher apareceu na parte de dentro, mas ao ver os policiais, fechou a cortina e ofereceu resistência.

Nesse momento, uma equipe entrou pela porta da cozinha e se dirigiu ao quarto onde estava Michael. Durante cumprimento da busca e apreensão, foi encontrado um revólver calibre 38 com seis munições intactas, além de 10 munições calibre 357.

O advogado que representa o autor foi chamado e acompanhou o restante da busca efetuada no imóvel. Michael foi conduzido à 6ª delegacia de Polícia Civil, onde foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo de uso restrito.Ele deve permanecer na unidade policial, uma vez que possuía mandado de prisão decretado pela Justiça.

Já o segundo detido com armamento é um morador do Residencial Damha, condomínio de luxo na Capital, que resistiu à prisão e foi necessário uso da força para contê-lo.

De acordo com boletim de ocorrência, no imóvel foram encontrados um revólver calibre 38 e uma pistola calibre 9 milímetros. Além disso, os agentes localizados três comprimidos de ecstasy e 3,20 grama de MDMA, anfetamina que causa efeitos estimulantes e alucinógenos.

O homem informou, ainda que realizou cirurgia abdominal há 30 dias e, por isso, estava utilizado cinta pós-cirurgica no momento em que foi detido. O autor foi encaminhado à Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Cepol, onde o caso foi registrado.

Entre os alvos da operação estão, também, dois advogados de Campo Grande e Dourados, responsáveis por aliciar os servidores a favor da quadrilha. À reportagem, a OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional de Mato Grosso do Sul), informou que está acompanhando as diligências por meio de sua Comissão de Defesa e Assistência.

"Bem assim,  que buscará acesso a integralidade do quanto investigado para, a partir disso e com respeito ao devido processo legal e a ampla defesa, apurar as responsabilidades em âmbito próprio", diz nota.

Dois são presos com armas em ação do Gaeco, entre elas, uma 9 mm de uso restrito
Veículo do Gaeco e BOPE em um dos endereços alvos da Operação (Foto: Divulgação/MPMS)

Operação Snow - Conforme investigação, o líder da quadrilha utilizava advogados para aliciar servidores públicos, inclusive um policial civil, que passava informações sobre eventuais ações das forças de segurança contra o grupo.

Dessa forma, os investigados tinham acesso às informações privilegiadas e conseguiam monitorar as cargas de drogas, além de instruírem conselheiros quanto aos assuntos sensíveis pertinentes à organização.

Em algumas ocasiões, o grupo agia de forma violenta para resolver pendências que envolvessem os próprios integrantes, principalmente quando se tratava de perdas de cargas de drogas. Nessas situações, o “problema” era resolvido através de sequestros e execuções daqueles que cometiam o erro.

Para conseguir transportar a cocaína, eram utilizadas empresas de transporte, sendo algumas delas terceirizadas dos Correios. No decorrer da investigação, foram apreendidas mais de duas toneladas do entorpecente.

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