Moradora cogita mudar para fugir da cidade mais quente do País
Em Porto Murtinho, calor mudou rotina de moradores e dono de loja pensa até em adotar a bermuda como uniforme
“Pensei em deixar Porto Murtinho, é uma pena, porque amo esse lugar”, diz Maria Aparecida da Silva, de 58 anos.
RESUMO
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Porto Murtinho, no Brasil, enfrenta uma onda de calor extremo, tornando-se a cidade mais quente do país, com temperaturas que alcançam 40,5ºC e sensação térmica de até 45ºC. Moradores, como Maria Aparecida, proprietária de uma pousada, relatam dificuldades em lidar com o calor intenso, que tem afetado suas rotinas e negócios. Outros, como Odil Gonzales, dono de uma loja, notam mudanças no comportamento da população, que agora evita atividades ao ar livre devido às altas temperaturas. Apesar de alguns, como Izabela Maria, tentarem se adaptar com hidratação e proteção solar, muitos ainda lutam para suportar as condições climáticas extremas que têm se intensificado neste janeiro de 2025.
Há seis anos morando na cidade, a proprietária da pousada não tem conseguido lidar com o calor que colocou o município como o mais quente do País. Ao Campo Grande News, ela e outros moradores relatam nesta quarta-feira (15) como tem sido os últimos dias onde a sensação térmica está chegando a 45ºC.
Localizado a 439 km de Campo Grande, Porto Murtinho tem despontado como a mais quente do Brasil há oito dias. Na terça-feira, o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) registrou 40,5ºC e sensação térmica de 45ºC. Hoje, a previsão do tempo para a cidade indica 39ºC, mas para quinta e sexta-feira são esperados 40ºC.
Maria Aparecida é proprietária da “Pousada e Restaurante Cida” que fica no centro de Porto Murtinho. Natural de Dourados, ela vive há seis anos no município, que neste janeiro tem causado um verdadeiro teste de resistência devido ao calor. “Só sei dizer que tô sofrendo bastante com esse clima quente, cheguei a pensar em me mudar porque não tem condições de trabalhar no calor insuportável”, fala.
Comparado aos últimos anos, a empreendedora relata que a cidade nunca foi tão quente como neste janeiro de 2025. O trabalho dela é bem acelerado, envolve cuidar dos hóspedes e do restaurante, por isso, as altas temperaturas têm deixado tudo mais complicado. “Têm dias que não venta e tem que suportar o calor. Parece que baixou o sol para cá. Vi que comecei a sentir tontura e o calor prejudica mais ainda”, comenta.
Para Odil Gonzales, de 59 anos, a situação não tem sido diferente. Dormir à noite, apenas com o ar-condicionado, não é possível. “Pra você ter ideia, ontem, liguei o ar no 17 e não adiantou. Liguei mais dois ventiladores e melhorou um pouco porque o ar não estava dando conta”, diz.
Dono de uma loja de material de construção, que também fica no centro de Porto Murtinho, ele reparou que houve uma mudança de comportamento dos moradores nos últimos dias. “Aqui na cidade andam muito de bicicleta, mas não tem mais andando porque faz muito calor. Agora só de carro”, explica.
Ele mesmo parou de andar de bicicleta porque passou mal na última vez que tentou. Odil cita que, para quem tem comorbidades, os efeitos do calor são ainda piores. “Quem tem problema com pressão alta, diabetes, peso como no meu caso, sofre muito”, completa.
Nesta manhã, enquanto conversava com a reportagem, o proprietário da loja mencionou que se o calor persistir, vai liberar que os funcionários a trabalhem de bermuda. Além disso, Odil também tem refletido em mudar o horário de funcionamento da loja, reduzindo o expediente, já que o movimento no centro reduziu.
Nascida e criada em Porto Murtinho, Izabela Maria, de 18 anos, tem priorizado a hidratação para enfrentar os dias quentes. Um tereré bem gelado, uma água bem gelada, segundo a jovem, ajudam bastante.
Mesmo habituada ao calor do município, Izabela não esconde que tem sido complicado lidar com as máximas registradas nos últimos dias. “Nós murtinhenses somos acostumados com o calor, mas agora, realmente, parece que estamos num forninho porque está muito quente”, declara,
Além da hidratação, ela também tem usado óculos e boné para andar pelas ruas da cidade. “Porque não dá para ficar no sol sem nada”, esclarece. Por enquanto, a jovem tem conseguido lidar com os dias e noites quentes, porém afirma que nem todo mundo dá conta.
“Eu sigo como de costume, pra mim o calor tá tranquilo. Muita gente não está acostumada, vem para cá, passa sufoco e quer ir embora logo”, pontua.
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