É ilegal: fiscais flagram condomínio popular com 30 casas vendidas ou alugadas
Agência que fiscaliza as moradias encaminhou relatórios à Caixa e beneficiários podem perder casas
Apesar de anúncios de venda de apartamentos do Residencial Canguru, em redes sociais, poucas horas depois do presidente Jair Bolsonaro (PL) inaugurar o condomínio na quinta-feira (30), a agência que fiscaliza as moradias não encontrou nenhuma irregularidade. Em contrapartida, nos condomínios Rui Pimentel I e II, entregues em 2019, mais de 30 beneficiários podem perder o apartamento por terem vendido ou alugado os imóveis.
Com 260 casas, os residenciais ficam no bairro Centro-Oeste, em Campo Grande. Prefeitura e governos federal e estadual investiram ao todo R$ 15 milhões no conjunto habitacional, cujas obras ficaram paradas por dois anos.
É proibido vender, ceder ou abandonar os imóveis adquiridos pelo programa Casa Verde Amarela por meio da Amhasf (Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários) e também da Agehab (Agência de Habitação Popular de Mato Grosso do Sul).
Segundo o diretor de atendimento, administração e finanças da Amhasf, Cláudio Marques Costa Júnior, são feitas fiscalizações constantes a partir das denúncias.
“Não identificamos nenhuma irregularidade no Residencial Canguru. Lá, só entraram famílias que realmente precisavam de moradia e não encontramos indícios de que estes moradores estavam negociando os imóveis”, disse Cláudio.
Segundo o diretor, com relação às irregularidades constatadas no condomínio Rui Pimentel I e II, foi encaminhado à Caixa um ofício ontem (5) com todas as informações apuradas. “Agora, estamos aguardando quais serão as providências tomadas pela Caixa”, detalhou Cláudio.