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Capital

Entre vizinhos de vítima de atentado, impera a 'lei do silêncio'

Com dois casos em uma semana, suposta briga de facções não existe, segundo moradores

Bruna Kaspary | 28/09/2017 15:12
Na rua onde atentado ocorreu ninguém quer falar. (Foto: Marina Pacheco)
Na rua onde atentado ocorreu ninguém quer falar. (Foto: Marina Pacheco)

Moradores da região do bairro Moreninhas e Cidade Morena, principalmente próximos à rua Fraiburgo, onde aconteceu o atentado contra Ederson Caetano de Souza, 35, conhecido como "Gordo Malandrão", negam qualquer informação sobre suposta briga entre facções rivais. O atentado aconteceu por volta das 19h30, mas há quem diga que os barulhos escutados tenham sido fogos de artifício soltados durante os jogos da noite.

"Aqui não tem essas coisas de facção não, tem uns meninos que fumam as coisas deles ali, mas facção não tem não", afirma Bruno Lima, 25, que mora logo no início da rua onde aconteceu o atentado. Ele afirma que nunca soube de nenhuma briga ou de algo que envolvesse tentativas de assassinato somente por causa dos envolvidos serem de grupos rivais. Ele ainda completa dizendo que por volta do horário do atentado escutou barulhos, mas não imaginou que poderia ser algo grave. "Como estava tendo jogo, eu achei que fossem fogos de artifício".

Dona Maria Lícia Almeida, 60, mora há 25 anos no bairro e confirma as palavras de Lima. "Aqui é tranquilo, se tem algo assim aqui no bairro é lá no fundo, no final do bairro". Ela ainda completa ao dizer que o bairro é tranquilo. "Aqui nós não ficamos sabendo de nada".

O marceneiro Djalma de Oliveira, 46, confirma que há boatos de que existam facções na região."A gente até ouve coisas assim, mas nunca viu nada, não sabe quem é. Na verdade eu nem sabia que tinha acontecido algo aqui na rua". Ele ainda completa que até é possível que realmente tenha alguma facção na região, mas não se comenta sobre o assunto no local, e muito menos sobre algo relacionado ao assunto.

José Antônio Gomes Teixeira é carpinteiro e nega que tenha alguma facção atuando na região. "Normalmente isso é coisa com tráfico, são pessoas que estão devendo para alguém de boca de fumo e acabam sendo vítimas de crimes assim", alega. Para ele, os crimes que acontecem na região normalmente têm envolvimento de usuários de drogas. "Eles falam que tem facção para dar medo nas pessoas", conclui.

Os amigos Esmeraldo Almeida e Luiz Laerte, também negam qualquer sinal de grupos tentando dominar a região. Eles lembram que já houve tempos em que os bairros naquela área eram bastante violentos, mas atualmente não acontece mais nada parecido com o que era. "Os que bagunçavam aqui, se não estão presos, já morreram", afirma Laerte, que está há 40 anos morando no Cidade Morena.

"Tem os que dizem que são facção, mas não vemos nada aqui", afirma Almeida. Ele lembra que nos 15 anos que está morando no Moreninhas 3 nunca teve nenhum caso de violência, nem mesmo assalto, contra ele ou qualquer um de seus familiares. "Nunca nem tentaram entrar na minha casa".

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