Estudante de Medicina que espancou a ex foi condenado por tentar matar policial
Endreo Lincoln Ferreira da Cunha, acusado de agressão e estupro, também acabou baleado pelo próprio pai

Endreo Lincoln Ferreira da Cunha é um nome que, aos poucos, vai ficando cada vez mais associado a episódios violentos. Acusado de agredir a ex-namorada, Beatriz Lima, o estudante de Medicina tem histórico que vai além da última ocorrência registrada e inclui até tentativa de homicídio contra um policial.
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Estudante de medicina, Endreo Lincoln Ferreira da Cunha, é acusado de agredir e manter em cárcere privado sua ex-namorada Beatriz Lima, de 31 anos, em Campo Grande. A vítima sofreu espancamento, tentativa de estrangulamento e foi forçada a manter relações sexuais, resultando em fratura no crânio. O agressor possui histórico criminal que inclui condenação por tentativa de homicídio contra um policial civil em 2011, além de episódios de violência envolvendo familiares e colegas de faculdade. Diagnosticado com bipolaridade, já foi internado por surtos psicóticos em duas ocasiões.
Beatriz, de 31 anos, procurou a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) esta semana para denunciar o ex e detalhou o pesadelo que viveu nas mãos dele. Tudo aconteceu entre a noite de segunda (27) e a tarde de terça-feira (28), em um imóvel no Bairro Vilas Boas, em Campo Grande.
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A mulher, que já havia sido agredida pelo ex-namorado em outra ocasião, no final de 2024, descreve um reencontro que se transformou em uma noite de terror. Endreo teria iniciado uma discussão movida por ciúmes, que rapidamente escalou em agressões físicas.
Beatriz narra ter sido espancada, com socos na cabeça, rosto e abdômen e forçada a confessar uma traição que nunca aconteceu. Quando ela já estava caída, o ex-namorado teria usado um cinto para tentar enforcá-la.

Após horas de sofrimento, Beatriz foi obrigada a manter relações sexuais contra sua vontade e diz ter ficado em cárcere privado até a tarde seguinte. Para escapar, disse que precisava ir até uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) para tratar um sangramento.
Foi na unidade de saúde que ela pediu ajuda e foi encaminhada à Santa Casa de Campo Grande, onde os exames confirmaram uma fratura na cavidade óssea do crânio, sem necessidade de cirurgia. A Polícia Militar foi acionada e a investigação está em andamento.
Outros relatos - Estudantes de Medicina que convivem com Endreo procuraram a reportagem para relatar que o colega é imprevisível e perigoso. "Ele parece ser uma pessoa estável, mas muda do nada", contou uma colega, explicando que o comportamento do acadêmico é marcado por surtos, nos quais ele se torna agressivo e chega a ameaçar colegas de faculdade.
Dois alunos já teriam solicitado medidas protetivas contra ele após serem alvos de ameaças. A jovem ainda mencionou que o estudante tem um diagnóstico de bipolaridade e, em surto, fica agressivo a ponto de querer bater nas pessoas. De acordo com ela, é um "horror" ter de conviver com ele.
Convivência familiar e social – Não é a primeira vez que Endreo Lincoln se envolve em situações de violência. Em junho de 2019, ele foi ferido pelo próprio pai, Eder Lincoln Gonçalves, após uma briga.
O homem, à época com 54 anos, alegou ter agido em legítima defesa, disparando contra o filho com um revólver depois que o rapaz tentou invadir sua casa. Eder revelou que o filho tem problemas psiquiátricos, já tendo sido internado por surto psicótico em pelo menos duas ocasiões.
Outro capítulo da vida de Endreo que já foi parar nos jornais remonta a março de 2011, quando, após deixar uma festa universitária, ele atropelou o policial civil José Ângelo de Souza Filho.
O episódio, que ocorreu em Campo Grande, resultou em sua condenação a três anos de prisão por tentativa de homicídio e na perda do direito de dirigir. Durante o julgamento, o rapaz alegou que havia confundido o policial com um bandido e que não tinha a intenção de atropelá-lo, mas a versão não foi suficiente para evitar sua condenação.
Endreo Lincoln Ferreira da Cunha informou ao Campo Grande News que o advogado dele responderia às acusações feitas por Beatriz. Em contato com o defensor, contudo, a reportagem foi informada que a defesa não se manifestaria sobre os casos por enquanto.
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