Sem multas no 1º dia, novos radares já alteram comportamento no trânsito
Ao todo, 93 equipamentos foram instalados em 212 faixas da cidade e começaram a operar neste sábado (1)
No primeiro dia de funcionamento dos novos radares em Campo Grande, neste sábado (1), os motoristas demonstraram atenção ao retorno da fiscalização. Mesmo antes de entrarem em operação, muitos afirmaram que estavam mais cuidadosos com a velocidade. Ao todo, 93 equipamentos foram instalados em 212 faixas da cidade, segundo a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito).
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Nesta fase inicial, começou um período educativo de 15 dias, sem aplicação de multas. “O foco dessa fase é reforçar a importância da direção segura e estimular o comportamento responsável no trânsito, contribuindo para um ambiente viário mais humano e protegido”, explicou a agência.
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Após esse período, outros 63 novos pontos também receberão radares. De acordo com a Agetran, além de fiscalizar, os equipamentos auxiliam no planejamento urbano. “Os dados coletados ajudam a compreender o comportamento do tráfego, identificar horários de pico e planejar melhorias na infraestrutura viária”, diz a nota.
Um dos motoristas que conversou com o Campo Grande News foi o comerciante Maurício Veras, de 45 anos, que disse ter ficado sabendo dos novos radares pelos jornais há uma semana. Ele informou que, antes mesmo de entrarem em funcionamento, já tentava respeitar o limite das vias.
“Já estou respeitando, tem que respeitar. Acredito que, pela questão do limite, o respeito é importante, mas ao mesmo tempo o lado negativo é pelos valores gerados, que sobrecarregam o cidadão”, diz Maurício.

Já o motorista Emídio Valeriano, de 55 anos, afirmou que notou na última semana a instalação sendo feita por equipes enviadas pela prefeitura. “Fiquei sabendo pelo visual, reparei eles colocando de volta nos últimos dias. Sempre estou respeitando. Porque senão a multa vem com força”.
Ele disse que trabalha como motorista há 20 anos e que sempre respeita os limites de velocidade, mesmo sem os radares. “Eu trabalho com vidas, além da minha, sou responsável pela vida dos outros”, comenta Emídio.

O motoentregador Alexandro Rodrigues, de 43 anos, relatou ter ficado sabendo dos radares por meio das redes sociais. “Vi pelo Instagram”, comenta. Ele explica que, por não saber se os radares estavam em funcionamento, preferia respeitar a velocidade. “Mesmo com eles desligados, a gente já dá aquela diminuída. Vai saber se estão desligados mesmo, não confio. Ontem à noite eu vi que estavam ligando próximo do Shopping Campo Grande”.
Alexandro disse que trabalha há três anos com entregas e já está “acostumado” com os radares, depois de aprender “a lição” no bolso. Relata que já teve um ano em que acumulou quase mil reais de multa.
“Já tomei umas três multas. Às vezes a gente esquece, andando despercebido e já está em cima do radar, acaba pesando, quase 3 mil reais e 7 pontos na carteira”, relembra. “A gente é obrigado a respeitar, senão pesa. O que eu faço na semana eu pago de multa, só que tem horas que a gente esquece; quando lembro, já está em cima”, complementa Alexandro.
Conforme o CTB (Código de Trânsito Brasileiro), a multa por excesso de velocidade varia de acordo com o percentual ultrapassado:
- Média: até 20% acima do limite – R$ 130,16 e 4 pontos na CNH;
- Grave: entre 20% e 50% – R$ 195,23 e 5 pontos;
- Gravíssima: acima de 50% – R$ 880,41 e suspensão do direito de dirigir.
Novo contrato - O novo contrato do sistema de fiscalização tem duração de dois anos, com possibilidade de prorrogação por até dez anos, e valor de R$ 47,9 milhões. O consórcio responsável é formado pelas empresas Serget Mobilidade Viária Ltda., Mobilis Tecnologia S/A, Meng Engenharia Comércio e Indústria Ltda. e Energy Tecnologia de Automação S/A.
Os equipamentos substituem os instalados pelo contrato de 2018 com o Consórcio Cidade Morena, cujo prazo encerrou em setembro de 2024. Entre 2024 e 2025, o sistema operava de forma irregular, o que levou à suspensão judicial de 196 mil multas.
Posteriormente, o TJMS restabeleceu a validade das autuações, mas manteve bloqueados pagamentos superiores a R$ 5 milhões ao consórcio anterior.
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