Feriado e calorão: UPAs lotam e crianças esperam horas por pediatras
Sesau mantém médicos no pronto-atendimento infantil em ao menos dois postos por período, mas pais reclamam de não encontrar os especialistas
A escala de plantão do feriado está fechada, mas não há pediatras em todos os postos 24 horas. Com poucos especialistas no pronto-atendimento infantil e o forte calor, as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) que têm o médico disponível lotaram de crianças, causando espera horas pelo socorro.
Na manhã desta terça-feira (11), só havia especialistas no atendimento infantil atendendo nas UPAs dos bairros Coronel Antonino – norte de Campo Grande – e Vila Almeida. Pais tiveram de se deslocar de outros pontos da cidade e ainda assim se decepcionaram nas filas.
“Viemos aqui [UPA Coronel Antonino] porque disseram que só aqui tinha pediatra”, explicou Francyele Ferreira Gomes, 26 anos, que poderia ter procurado as UPAs do Jardim Leblon ou do Universitário para socorrer o filho, de 1 ano, com vômito e diarreia.
A família mora no Dom Antônio Barbosa – bairro no sul da cidade e distante cerca de 7,5 km do Coronel Antonino – e chegou por volta das 11h ao posto, mas o atendimento só aconteceu três horas depois. “Disseram que o médico estava em horário de almoço”, relatou.
O marido dela Paulo Sergio Pires Mourão, 20, também reclama. “É um absurdo, espero que com o novo prefeito mude isso”.
A dona de casa Ana Carolina Alves de Oliveira, 18, também conta que chegou por volta das 11h à UPA Coronel Antonino. A filha dela, Maria Vitória, de 2 meses, está com muita tosse e ela deu entrevista logo depois que conseguiu atendimento, perto das 14h. “Falam que tem pediatra, mas a gente chega aqui e eles não estão. As mães ficam desesperadas, porque as crianças ficam inquietas”.
Sesau – Pela escala divulgada pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública), pela manhã, haveria cinco pediatras no Coronel Antonino e outros cinco na Vila Almeida. À tarde, cinco especialistas trabalhariam na UPA Universitário.
A diretora de Assistência em Saúde da Sesau, Rosimeire Arias, médicos que fazem plantão de 12 horas tem direito a uma hora de almoço, mas os postos nunca podem ficar desguarnecidos. “Eles têm de revezar”, explicou.
Rosimeire esclarece ainda que no feriado a demanda da UPAs aumenta porque outros postos e ambulatórios estão fechados. “Está muito quente, as crianças sofrem mais”.
Ela explica que problemas podem ser anotados no livro de reclamações que ficam na recepção das unidades ou comunicados à Ouvidoria do SUS (Sistema Único de Saúde), no link. “Sempre investigamos o que aconteceu para encontrar uma solução”.