“Não matei porque quis”, diz réu que passou com carro por cima de mulher
Willames Monteiro dos Santos, 33, é acusado de feminicídio, mas alega que morte foi acidente
Réu por feminicídio, Willames Monteiro dos Santos, 33, nega que tenha passado com carro por cima da mulher por duas vezes propositalmente. Durante interrogatório, conduzido pelo juiz Aluízio Pereira dos Santos, ele alegou ter sido um acidente fatal.
Segundo a acusação, o casal, que vivia na Avenida Cinco, no Bairro Nova Campo Grande, discutia na noite do dia 20 de abril deste ano, um sábado, quando a vítima Andressa Fernandes Teixeira, 29 anos, sentou-se em frente ao portão da residência para impedir que o marido saísse de casa dirigindo bêbado. Willames deu ré com o veículo, arrebentou o portão da residência e atropelou a esposa, que morreu esmagada, presa embaixo do carro.
Ele admite que estava alcoolizado, afirma que começou a beber na hora do almoço e já havia saído de casa para repor o estoque de cerveja uma vez quando decidiu sair para comprar uma terceira remessa, à noite. O acusado afirma que não viu a mulher se sentar em frente ao portão e diz também que não percebeu que o portão ainda estava fechado quando deu ré com o carro.
O Corpo de Bombeiros foi acionado por uma vizinha, mas enquanto o socorro não chegava, Willames ligou para familiares que fizeram a retirada do veículo Volkswagen Polo do local. Quando os militares chegaram, Andressa já estava morta.
“Nosso relacionamento estava ótimo, estávamos felizes. Naquele dia, a gente estava feliz e cantando”, afirmou o réu no depoimento, revelando que o relacionamento tinha 13 anos.
Willames também diz que a câmera de ré do veículo não estava funcionando, informação contrária ao que disse perito em depoimento dado em julho deste ano.
O homem narra que só percebeu que havia atropelado a vítima quando a filha do casal gritou. Ele diz, ainda, que chegou a descer do carro para pedir ajuda, mas ninguém apareceu e afirma que voltou ao volante para tentar tirar o veículo de cima da mulher e não para atropelá-la de novo.
“Não matei porque eu quis, foi um acidente”, repetiu várias vezes.
Também nesta tarde (22) foram ouvidas duas testemunhas convocadas pela defesa, amigos do réu. Os dois homens afirmaram que nunca testemunharam brigas do casal e revelaram que Willames e Andressa tinham planos de passar férias no Nordeste.
Além disso, um dos homens levou ao juiz novo vídeo, que mostra momento que o amigo, com a ajuda de outros dois homens, levantam o carro para tirar a vítima debaixo. O juiz ainda não decidiu se admitirá as imagens como prova.
O advogado de Willames, Mauro Sandri, pediu a revogação da prisão preventiva do cliente, situação que também será analisada pelo magistrado.
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