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Capital

No velório de "Wagnão", filho relembra liderança e legado na comunidade

Assessor parlamentar morreu ontem, em acidente no cruzamento das ruas Bahia e 15 de Novembro

Por Silvia Frias e Raíssa Rojas | 03/09/2025 11:55
No velório de "Wagnão", filho relembra liderança e legado na comunidade
Salão da 1ª Igreja Batista, no Jardim Itamaracá, onde corpo de Wagnão está sendo velado (Foto: Raíssa Rojas)

No salão da 1ª Igreja Batista do Jardim Itamaracá, a movimentação era intensa, com o vai-e-vem de moradores da região. A cena não deixa de ser uma representação do que Wagner de Souza Pereira sempre fez em vida, mas hoje ocorre como homenagem prestada por amigos e vizinhos à sua memória, após sua morte, aos 61 anos, em decorrência de um acidente de trânsito.

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Wagner de Souza Pereira, conhecido como Wagnão, faleceu aos 61 anos em um acidente de trânsito em Campo Grande. Assessor parlamentar e ex-policial militar, ele foi atingido por uma caminhonete quando trafegava pela Rua Bahia, não resistindo aos ferimentos mesmo após atendimento do Samu.Líder comunitário ativo no Jardim Itamaracá, Wagnão deixou sete filhos e um legado de trabalho social. Com passagens pela Marinha e fluência em francês, ele se destacava pela capacidade de mobilização nos bairros onde atuava, organizando eventos e ocupando cargo no Conselho Regional da Região Urbana do Bandeira desde 2020.

Wagnão, como era conhecido por todos, trafegava na Rua Bahia quando foi atingido por uma caminhonete no cruzamento com a Rua 15 de Novembro. Chegou a conversar com o policial que seguia logo atrás e que presenciou o acidente, mas não resistiu aos ferimentos. Cerca de uma hora após o início do procedimento de reanimação, feito pela equipe do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), o óbito foi declarado.

“O meu pai era um cara comunitário; ele tinha a família dele, mas construiu outra grande família e a prova disso é o que a gente viu aqui”, disse o garçom Guilherme Henrique Leite Magalhães, 22 anos, filho do assessor parlamentar. “Quando fazia movimento social, ele conseguia parar um bairro”, relembrou.

Guilherme conta que foi criado por Wagnão desde os 3 anos de idade, depois que sua mãe casou-se com o assessor parlamentar. A afinidade entre os dois era maior que o laço biológico. O assessor ainda era pai de outros seis filhos.

Do lado de fora da igreja, entre um cigarro e outro, Guilherme relembrou a trajetória do pai, quase como uma declamação. “Meu pai, Wagner de Souza Pereira, nasceu em 19 de outubro de 1963 e faleceu aos 61 anos. Começou sua jornada pequeno, sempre trabalhando e levando sustento para sua casa, o mais velho de três irmãos; trabalhou em sorveteria, foi piloteiro, marinheiro, viajou por muitos países e falava francês impecável. Depois que saiu da Marinha, entrou na Polícia Militar de Corumbá”, descreveu o filho, Guilherme Henrique Leite Magalhães, 22 anos.

Depois disso, Wagnão passou por problemas pessoais e deixou a PM (Polícia Militar). Segundo o filho, se reconstruiu, casou novamente e se mudou para o Jardim Itamaracá, já em Campo Grande, e, posteriormente, para o Jardim Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.

O rapaz disse que, desde sempre, acompanhou o trabalho comunitário de Wagner. “No começo, fechava rua para distribuir brindes no Dia das Mães, fazia galinhada e realizava sorteios; era um cara muito alegre.” Ele já foi 1º secretário do Conselho Regional da Região Urbana do Bandeira e, desde 2020, trabalhava como assessor parlamentar.

Um colega, que não quis se identificar, disse que Wagnão era muito ativo e que eles faziam competição para ver quem conseguia levar o maior número de pessoas e ele sempre atingia o primeiro lugar. “Liderança assim se constrói dia a dia”, avaliou.

No velório de "Wagnão", filho relembra liderança e legado na comunidade
Wagner de Souza Pereira, o Wagnão, morreu em acidente ontem, na Rua Bahia (Foto/Reprodução)

Morte – À reportagem, Guilherme disse que estava no trabalho quando recebeu ligação da mãe, pedindo ajuda porque estava passando mal. “Falei para chamar meu pai, porque não podia sair”. Somente então foi informado de que Wagnão havia sofrido acidente.

Ao chegar ao trabalho da mãe, foi informado do acidente. “Aconteceu uma tragédia”, foi a frase que ele reproduziu. “Na frente dela, eu não chorei; depois, eu desabei.”

Guilherme foi ao local do acidente e foi impedido de ver o corpo do pai. Até agora diz que não sabe o nome do condutor da caminhonete envolvido no acidente. “O cara está livre, está solto por aí, não procurou ninguém no gabinete para perguntar se nossa família está precisando de alguma coisa”, criticou.

O boletim de ocorrência foi registrado como homicídio culposo na direção de veículo automotor.

Wagnão será enterrado esta tarde, no Jardim da Paz.

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