Para comer proteína, tem consumidor reduzindo até o tamanho do ovo
Solução drástica encontrada por aí é se contentar com um ovo mini, o de codorna
O preço dos alimentos segue pesando no bolso dos consumidores. O ovo de galinha, por exemplo, utilizados para substituir a carne, é um dos produtos que mais subiu. Segundo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), divulgado nesta sexta-feira (11), o produto apresentou uma variação de 17,65% em março, comparado ao mês de fevereiro.
Em um dos supermercados de Campo Grande, na região do Bairro Tiradentes, a dúzia está sendo vendida por R$ 17,35, enquanto a cartela com 20 unidades sai por R$ 25,25. Assim, o jeito foi cortar drasticamente o tamanho e ir para ovo de codorna.
Quem não tem dinheiro para inteirar a conta e comprar o grande, paga R$ 9,59 a embalagem com 30 unidades do pequeninho. É bem menor, mas quando não tem jeito, é esse que entra no carrinho, segundo Dulcineia Nantes, de 47 anos.
“As coisas que a gente mais consome, como ovo e café, estão com preço bem alto. Agora o ovo nunca está na promoção, só aumentando. Para economizar, estou comprando ovo de codorna. Também é bom e bem mais barato. No lugar do tomate, troco por pepino e cenoura,” diz a empregada doméstica.
Outros produtos também registraram aumento, como o café de 500g também apresentou variação de preço, com 4,24%. Considerado o item essencial do café da manhã, o pacote está custando entre R$ 15,25 e R$ 39,90, dependendo da marca, da qualidade e do estabelecimento.
Já o quilo do tomate do tipo Longa Vida, chega a custar R$ 18,50 em alguns estabelecimentos, segundo relatos de comerciantes. Conforme o IPCA, este é o item que mais teve variação de preço, com 32,72%. Nesta semana, o produto foi encontrado por R$ 14,85 em supermercados da Capital, valor que segue elevado em relação ao histórico do item, tradicional na mesa do brasileiro.

Como sempre, o que o consumidor sabe fazer e usar as substituições e garimpar promoções.
Para a aposentada Amélia Martins, de 79 anos, a situação é preocupante. “Tá tudo caro. Tomate não dá pra comprar mais, 10 reais o quilo, rapaz. Antes era baratinho, até 4 reais. O que eu acho mais caro é arroz e o café. Ultimamente tudo está caro, na verdade”, desabafa. “Recebo só a aposentadoria, aí paga luz, água, tudo caríssimo. E não sobra nada. Se a carne está cara, podia comer ovo frito com arroz, mas agora o ovo tá caro também.”
O administrador Eliezer Delconi, de 62 anos, vê a situação com menos pessimismo. Para ele, alguns itens continuam acessíveis. “Arroz, feijão, óleo, está barato. Agora, tem coisas que são sazonais mesmo. O que mais aumentou foi café e ovo. Mas café você usa pouco, então o impacto não é tão grande.”
Já para quem tem filhos, a conta é mais pesada. A professora de educação física Natalia Cardoso, de 34 anos, conta que tem dificuldade para manter uma alimentação equilibrada para o filho pequeno. “Tá tudo caro. O salário não aumenta e o preço do alimento só sobe. Pra fazer o lanche da escola dele está difícil. A gente vai comprando só nos dias de promoção. Compra do mês, eu não faço mais.”
A alta de preços reflete não só no carrinho de compras, mas no cotidiano das famílias. A busca por ofertas virou rotina e, para muitos, garantir o básico exige cada vez mais esforço.
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