Parque dos Poderes vira palco de baderna e amanhece tomado por lixo
Frequentadores denunciam desrespeito em área destinada à prática de atividades físicas aos finais de semana
O sábado começou com um cenário considerado lamentável por frequentadores do Parque dos Poderes, em Campo Grande. O local, que aos fins de semana é fechado ao trânsito de veículos e reservado à prática de esportes e lazer, amanheceu coberto por lixo, garrafas de bebida, embalagens, preservativos e até roupas íntimas deixadas no mato.
RESUMO
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O Parque dos Poderes, em Campo Grande, amanheceu coberto de lixo no sábado, com garrafas de bebidas, embalagens, preservativos e roupas íntimas espalhados pelo local. A área, normalmente reservada para práticas esportivas e lazer nos fins de semana, foi palco de aglomeração com mais de 100 pessoas durante a madrugada. Frequentadores habituais do parque relataram que o problema é recorrente, especialmente após grandes eventos na cidade. A Polícia Militar foi acionada para dispersar o grupo, que realizava manobras perigosas com veículos próximo aos atletas que utilizam o espaço para treinos matinais.
O Campo Grande News esteve no local nesta manhã e percorreu cerca de 100 metros de sujeira no estacionamento da Avenida Desembargador José Nunes da Cunha. Havia vidro quebrado, copos descartáveis, canudos, sacolas plásticas, sacos de gelo, caixas de cigarro, garrafas de vodca, uísque, energético e restos de lanche.
Em meio ao lixo, até um quati foi visto lambendo um pacote de chocolate, numa cena que resume o descuido com o espaço e o impacto do lixo sobre os animais que vivem na área.

Quem chega cedo para correr se depara com o rastro do vandalismo. A assessora de corrida Regina Santos, de 55 anos, disse que a cena se repete todo fim de semana.
“Olha, geralmente, quando eu chego, a gente tira. Sempre tem latinha de cerveja. Às vezes a gente encontra até cueca ali dentro do mato. Mas a gente tira, porque a gente já se considera preservador. O pessoal vem à noite, toma cerveja e deixa espalhado. É diferente do pessoal das assessorias, que trabalha com o meio ambiente”, conta.
Ela ainda compara a situação com o acúmulo de lixo após grandes eventos. “É igual depois de show no Parque das Nações. Fica tudo jogado”, lamenta.
Outra frequentadora, que pediu para não ser identificada, denunciou o caso ao canal Direto das Ruas e relatou que encontrou uma aglomeração de jovens fazendo bagunça ao amanhecer. “Tinha mais de 100 pessoas, som alto, gente dando cavalinho de pau, muita fumaça e sujeira por todo lado. Garrafas de vodca, uísque, cerveja, energético... O lugar ficou irreconhecível,” descreve.

Ela afirma que o problema é ainda mais grave por acontecer em uma área que abriga diversos órgãos públicos. “Até a mulher do governador corre lá. É um desrespeito com o espaço e com as pessoas que usam o local para treinar. Pode ir a um evento de corrida que não vai ver lixo jogado assim”, reclamou.
De acordo com a corredora, uma caminhonete circulava perigosamente perto dos atletas. “Ficava passando perto da galera correndo, cantando pneu. Não é a primeira vez. Sempre que tem show grande na cidade, esse público vem pra cá depois. Acho que teve evento ontem”, disse.
A Polícia Militar foi acionada e dispersou o grupo. “A polícia está de parabéns. Quando chegou, o pessoal saiu correndo desesperado”, contou.
Entre os frequentadores mais antigos, a indignação é comum. Marcela Andrade, de 41 anos, gerente financeira, corre no parque há dois anos e diz que o problema se repete. “Normalmente, quando é muito cedo, já encontro sujeira. É falta de educação. Às vezes a pessoa sai da balada, vem pra cá e simplesmente descarta. Se passa de madrugada, tem muita gente parada".

A prima dela, Elissandra Andrade, 42 anos, supervisora de logística, também treina no local. “Acho que por não ser uma área tão residencial, o pessoal acha que pode fazer isso. Isso acontece há muito tempo”, afirma.

O assessor de corrida Fábio Alves, 35 anos, confirma a cena. “Normalmente saio na sexta às 20h e chego aqui às 5h30 da manhã. Às vezes a gente encontra garrafa e latinha, mas por aqui ainda é pouco, porque do outro lado tem mais lixo ainda”, comenta.
Já o também assessor João Eduardo Solto Machado, 53 anos, diz que, muitas vezes, quando chega para trabalhar, a festa ainda está acontecendo. “Quando a gente chega aqui, ainda está rolando. Os caras chegam dando cavalinho de pau”.
Corredor de 49 anos, que preferiu não se identificar, contou que treina no parque há 12 anos e nunca viu tanta bagunça. “Hoje estava demais. Tinham muitas pessoas, quase 100. Tive que estacionar mais longe porque estava intransitável. Comecei a correr às 5h45 e a polícia já tinha sido chamada”, relatou.
A reportagem entrou em contato com o Governo do Estado para questionar se existe alguma iniciativa durante a madrugada para evitar situações como essa, mas ainda não obteve resposta.
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