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Capital

Perícia em peças avaliadas em R$ 1 milhão fica pronta na próxima semana

Paulo Yafusso | 12/04/2016 17:16
Cerca de 150 peças, a maioria de hélices, foram apreendidas e estão sendo periciadas (Foto: Divulgação Anac)
Cerca de 150 peças, a maioria de hélices, foram apreendidas e estão sendo periciadas (Foto: Divulgação Anac)

O relatório da perícia realizada nas peças apreendidas na Operação Ícaro será encaminhado para a Deco (Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado) na próxima semana. A partir daí, será definida a próxima fase das investigações que estão sendo feitas pela Deco e Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Estão sendo periciadas cerca de 150 peças, avaliadas em cerca de R$ 1 milhão, que foram recolhidas durante a ação que é a maior operação já realizada no país pela Anac na área de peças e manutenção de aeronaves.

“A partir do resultado da perícia será verificada a necessidade de novas perícias e assim que recebermos os documentos da Anac vamos avaliar a possibilidade de indiciamento dos responsáveis”, afirmou a titular da Deco, a delegada Ana Cláudia Medina. Tanto ela como a assessoria da Anac não dão detalhes da fase em andamento da Operação Ícaro. Mas o Campo Grande News apurou que estão sendo realizadas auditorias em várias empresas ligadas a esse mercado.

Essas auditorias estaria sendo realizada pela Anac também em outros estados, já que as 46 aeronaves interditadas cautelarmente são de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Paraná, Bahia e São Paulo. Segundo a nota distribuída pela Agência Nacional de Aviação Civil na semana passada, “as aeronaves só poderão ser liberadas após comprovação da procedência das peças utilizadas, bem como a manutenção realizada em oficina homologada”

A maior parte das peças apreendidas é da parte da hélice das aeronaves, justamente que merece maior preocupação com relação a segurança e por ser uma das partes mais caras do avião. Cada jogo de hélice custa no mercado em torno de US$ 18 mil a US$ 20 mil, e no paralelo as oficinas investigadas ofereciam preços bem mais baixos. A perícia teria constatado várias irregularidades nas peças. Para a análise desse material, até as empresas fabricantes localizadas nos Estados Unidos foram contatadas.

Início – A Operação Ícaro começou em outubro do ano passado, quando a Deco cumpriu seis mandados de busca e apreensão em quatro residências e em uma oficina não homologada pela Anac. Foram apreendidas peças nos endereços visitados e num dos aeroportos de Campo Grande, foi apreendido um Cessna 180 que, segundo a Anac, supostamente teria sofrido um acidente e estaria com peças furtadas. Dois mecânicos também foram suspensos cautelarmente.

A ação foi realizada junto com técnicos da Agência de aviação, e diante do que foi verificado as investigações avançaram e no final de março e início deste mês, foram realizadas novas ações e mais peças foram apreendidas.

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