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Capital

Por falta de quórum, júri de réus que mataram vizinho espancado é adiado

Familiares e amigos da vítima agora esperam nova data para que "justiça seja feita"

Por Ana Paula Chuva e Bruna Marques | 05/08/2025 09:37
Por falta de quórum, júri de réus que mataram vizinho espancado é adiado
Amigos e familiares da vítima na entrada do Fórum de Campo Grande (Foto: Henrique Kaminami)

Marcado para começar às 8h desta terça-feira (5), o julgamento dos acusados de espancar até a morte Anderson Velasquez Ferreira acabou sendo adiado por falta de jurados. A família da vítima aguardava em frente ao Fórum de Campo Grande e agora espera nova data para que “seja feita a Justiça”.

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Anderson Velasquez Ferreira foi espancado até a morte por dois vizinhos em Campo Grande, em fevereiro de 2024. O julgamento dos acusados, Adilio e Maike Albuquerque Rodrigues, foi adiado por falta de quórum de jurados nesta terça-feira (5). A vítima, que sofria de esquizofrenia, foi atacada com barras de ferro e capacete após desentendimentos por conta de barulhos noturnos. Anderson chegou a ser hospitalizado, mas faleceu seis dias depois devido a traumatismo craniano. O Ministério Público considera o crime como motivado por futilidade e praticado com crueldade.

Ao Campo Grande News, Zimer Velasques Ferreira, 51 anos, relatou que ficou sabendo do adiamento em frente ao local nesta manhã. Aproximadamente 50 pessoas entre familiares e amigos de Anderson esperavam para o início da sessão quando foram avisados.

“A gente quer justiça nesse julgamento, pena que foi adiado. Agora vamos esperar a nova data e estaremos aqui. Foi um crime bárbaro, eles bateram no meu irmão com barra de ferro e capacete. Foi cruel mesmo. Quando cheguei, ele morreu nos meus braços, foi um momento muito triste na minha vida”, relatou Zimer.

Adílio de Albuquerque Rodrigues e Maike Wililian de Albuquerque Rodrigues, segundo o empresário, mudaram para perto da casa da vítima apenas para cometer o crime. “Eram dois usuários de drogas que moravam ali há apenas uma semana e se mudaram para lá com o objetivo de matar meu irmão. Tenho revolta por causa disso; eles não pensaram no que estavam fazendo. Era uma pessoa que tinha a deficiência mental e agora queremos justiça”, explicou.

Zimer conta que conhecia os acusados e um deles chegou a ir em sua casa para reclamar do barulho feito por Anderson na casa. “Ele me abraçou, disse que me conhecia e, depois de uma semana, matou meu irmão. Aí me ameaçou de morte depois do crime. Ele é muito perigoso para a sociedade, não sei como está solto”, pontuou.

Por falta de quórum, júri de réus que mataram vizinho espancado é adiado
Zimer espera nova data para que a "justiça seja feita" (Foto: Henrique Kawaminami)

O empresário fala do irmão com carinho e admiração. Ele explicou à reportagem que os problemas começaram após a morte de seus pais e que Anderson nunca conseguiu se recuperar. Por isso, passou a usar drogas, o que intensificou os sintomas da esquizofrenia.

“Ele era um menino ótimo. Fez faculdade de engenharia, arquitetura, não terminou por conta dos problemas e não conseguia estudar. Ele se abalou muito com as mortes dos nossos pais e a gente cuidava deles. Os vizinhos ajudavam a cuidar dele. O mais novo que participou do homicídio era amigo dos meus filhos. Foi muito triste tudo”, finalizou.

Agora a família espera que uma nova data para o julgamento dos acusados seja marcada e que eles recebam a condenação máxima. À reportagem, o assistente de acusação Ricardo Machado explicou que havia apenas seis jurados para o júri e, por isso, não havia condição de a sessão acontecer.

Por falta de quórum, júri de réus que mataram vizinho espancado é adiado
Irmãos acusados do crime eram vizinhos da vítima e respondem em liberdade (Foto: Reprodução)

Crime - Segundo denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), o crime aconteceu por volta das 19h50 do dia 11 de fevereiro de 2024 na Rua Acariuba, Bairro Moreninha II. A vítima era diagnosticada com esquizofrenia e provocava barulhos durante a noite "fato que incomodava os vizinhos".

Com isso, naquele dia, os irmãos Adilio e Maike foram até a residência da vítima para "tirar satisfação" — ambos estavam com pedaços de madeira — e entraram em luta corporal com Anderson, que foi agredido violentamente, inclusive com capacetadas e chutes.

Os irmãos foram embora do local após perceberem que a vítima estava agonizando. Anderson chegou a ser socorrido e deu entrada na Santa Casa em coma. Ele passou por cirurgia, mas acabou morrendo seis dias depois, por conta do traumatismo crânio-encefálico. Para o MP, o crime foi cometido por motivo fútil e meio cruel.

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Sangue da vítima no local onde foi espancada por vizinhos (Foto: Henrique Kawaminami | Arquivo)

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