Presa por perturbação, mulher acusa policiais de estupro
Segundo ela, PMs a levaram para “lugar ermo”, onde foi agredida e estuprada
Mulher, de 41 anos, denunciou dois policiais militares por estupro, ameaça e constrangimento, após ser alvo de denúncias por perturbação do sossego devido a som alto em residência na região do Jardim Centenário, em Campo Grande. Conduzida à delegacia, a mulher contou ter sido abusada pelos PMs, na noite da última quarta-feira (8).
Segundo apurado pela reportagem, a mulher acusa os policiais de terem sido agressivos durante abordagem, ocasião em que perguntaram seu nome, mas ela não revelou. Ela e uma amiga, adolescente, foram colocadas no compartimento de presos, porém, a menina foi deixada na casa de responsáveis.
Conforme declaração da mulher, no caminho, os policiais teriam seguido até um lugar ermo, próximo a um lixão, onde ela teria sido agredida e obrigada a revelar tua identidade. Quando disse, eles afirmaram que tinha um mandado de prisão aberto por uso de documento falso e teriam feito ameaças de morte para ela.
A denúncia foi feita após a mulher ser levada para a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Cepol, no Tiradentes. Devido as declarações, ela foi encaminhada à DEAM (Delegacia Especializada de Atendimento À Mulher), onde foi novamente ouvida.
Segundo ela, os PMs também a obrigaram a tirar a roupa e a enforcaram com a própria calcinha. Diante de ameaças com arma de fogo, a mulher conta ter sido estuprada. Os próprios policiais denunciados levaram a comunicante à Depac.
A mulher foi encaminhada para exames.
Outro lado – Conforme boletim de ocorrência registrado por policiais militares, a abordagem começou após avistarem movimentação em residência, durante rondas na região da casa onde a mulher estava.
Segundo eles, enquanto orientavam os presentes, a denunciante se levantou de uma cadeira na calçada em frente ao imóvel e afirmou que os policiais, chamados de “insetos”, deveriam procurar por bandidos e “não incomodar trabalhador”, diz relato de um dos policiais.
Após a fala, a mulher teria tentado entrar na residência e conseguiu ajuda de uma outra pessoa para tentar impedir a ação da polícia. Outras viaturas foram acionadas.
Ainda conforme os PMs, populares também tentaram impedir a prisão, inclusive a adolescente levada na viatura.
Conforme boletim, foi preciso uso de algemas para controlar a mulher, que estava alterada. Na delegacia, os policiais relataram ameaças por parte da mulher, que teria mencionado familiares dos policiais.
Posicionamento – A reportagem procurou a Polícia Militar para saber se a denúncia já havia sido enviada à Corregedoria. Em resposta, a PM informou que já foi instaurado inquérito pela Corregedoria da PMMS para apurar a denúncia.
“A PMMS está acompanhando o caso e aguarda os laudos dos exames solicitados pela Delegacia de Atendimento à Mulher e dados do CIOPS”, diz comunicado.