Velório de empresário vítima de assalto é marcado por indignação
Parentes e amigos estão inconformados com o assassinato brutal do empresário Alberto Raghiante Junior, de 55 anos, durante um assalto ocorrido na noite de terça-feira (3), em Campo Grande. O velório da vítima, no cemitério Parque das Primaveras, foi marcado por indignação e revolta.
Alberto era separado e deixa três filhos, um rapaz de 18 anos e duas moças, uma de 15 e outra de 21 anos.
Gilmar França dos Santos, sócio da vítima entre três empresas, disse que ficou sabendo do assassinado do amigo pelos meios de comunicação. “Foi um choque muito grande. Quando vi a imagem não tive dúvidas de que fosse ele”, afirmou. “Infelizmente ele estava no local errado, na hora errada", afirmou.
O sócio conta que ontem pela manhã, ele e Alberto tinham um compromisso em comum, mas o amigo não apareceu no horário marcado. Ele não desconfiou que algo pudesse ter acontecido, porque a vítima já havia se atrasado em outros encontros de trabalho.
Gilmar achou que o amigo havia perdido o horário. Porém, como as horas foram passando e Alberto não dava notícias, resolveu procurar a família e foi quando por volta das 12 horas ficou sabendo do ocorrido pela imprensa.
“Tudo indica que seja latrocínio. Ele não era uma pessoa que tinha inimigos, algo que mostrasse ao contrário”, disse.
Gilmar contou que na noite de terça-feira, Alberto fez um churrasco em sua casa e lá, estava Luzia Barbosa Damasceno Costa, 25 anos, morta também durante o assalto. Segundo Gilmar, o amigo foi rendido pelos bandidos em frente do apartamento de uma amiga, próximo ao terminal Morenão.
Ele lembra com carinho do amigo. Disse que Alberto estava em um bom momento na vida profissional e pessoal. “As coisas estavam andando muito bem na vida dele. A empresa completou 10 anos, foi inaugurada sede própria. Era uma pessoa bacana, tinha um carinho muito grande pelos filhos”.
Emocionado, o advogado Bento Duailibi, amigo há 15 anos da vítima, se mostra indignado com o crime. Segundo ele, os bandidos não tinham um motivo para matar. “Não dá para aceitar a violência. Não tem justificativa. Não havia necessidade de matar porque já haviam levado o carro”.
Primo do empresário, o advogado e juiz eleitoral Ary Raghiant disse que a família está acompanhando as investigações. Ele esteve hoje na 4º Delegacia de Polícia e conversou com o delegado responsável pela investigação.
O advogado assistiu ao vídeo do depoimento prestado por Neidinaldo Nascimento da Silva, de 21 anos, assassino confesso do casal. “Ele estava muito drogado. Uma falta de senso de uma humanidade, já tinha conseguido o objetivo de roubar o carro. Foi uma barbaridade”, afirmou indignado.
O velório de Luzia é realizado em Miranda, sua cidade natal.
Crime - Neidinaldo foi preso no bairro Moreninhas horas depois de cometer o crime. Na delegacia ele disse que a intenção era roubar o veículo de Alberto, um Azera, mas ficou nervoso e acabou matando o empresário. Depois disso, ligou para um homem identificado como Paraná, é o mentor do roubo e contou “que tinha matado o cara”. Ao saber desse fato, Paraná ordenou a execução da mulher.
Os corpos do casal foram encontrados na manhã de ontem, às margens da rodovia Três Barras.