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Interior

Bloqueio na fronteira completa 15 dias e prejudica comércio em Corumbá

Mesmo após vitória de Evo Morales nas eleições, manifestantes mantém ações em ponte que liga Corumbá a Santa Cruz de La Sierra

Tainá Jara | 06/11/2019 15:59
Apenas pedestres podem cruzar a fronteira entre a cidade de Corumbá e Santa Cruz de La Sierra (Foto: Diário Corumbaense)
Apenas pedestres podem cruzar a fronteira entre a cidade de Corumbá e Santa Cruz de La Sierra (Foto: Diário Corumbaense)

Os 15 dias de bloqueio da ponte que liga o município de Corumbá, distante 420 quilômetros de Campo Grande, a cidade de Santa Cruz de La Sierra, fronteira entre Bolívia e Paraguai, já prejudica o comércio da região. Com o reconhecimento da vitória de Evo Morales na disputa pela presidência do País vizinho, os manifestantes agora reivindicam a renúncia do político. O líder sindical ocupa o comando máximo da nação desde 2006.

Impacto na rotina de Corumbá devido às manifestações é quase inevitável. Desde a noite do dia 22 de outubro, apenas pedestres podem cruzar a fronteira. Veículos não estão autorizados a atravessar a ponte, o que dificulta a travessia devido a distância até a cidade. O posto da Receita Federal na região está praticamente parado. Sem movimento, os servidores apenas cumprem expediente.

No comércio, o impacto é significativo. “Tivemos 30% de queda nas vendas”, calcula o presidente da Associação Comercial de Corumbá, Lourivaldo Vieira Costa. Os bolivianos costumam consumir todo tipo de produto, inclusive móveis e eletrodomésticos.

Morales enfrenta manifestações desde o dia 21 de outubro, dia seguinte às eleições gerais. Ele foi eleito em primeiro turno sob acusações de fraude eleitoral. Em um primeiro momento, a oposição pedia que as eleições fossem a segundo turno. No entanto, com o passar dos dias e as crescentes manifestações, os opositores passaram a pedir o cancelamento das eleições, um novo pleito e a renúncia do presidente.

Conforme a Agência Brasil, Morales afirma que não vai renunciar. “Que renúncia? Aqui vamos cumprir a Constituição Política do Estado e fazer cumprir o voto do povo boliviano. O grande problema que alguns grupos têm é que eles não aceitam o voto do movimento indígena”, afirmou.

Movimentos oposicionistas fazem uma paralisação no país, sem data para acabar. Eles decidiram paralisar as instituições estatais e as fronteiras da Bolívia, com a ressalva de deixar funcionando os aeroportos internacionais e serviços básicos essenciais e emergências médicas.

Uma Missão da Organização dos Estados Americanos (OEA), com 30 especialistas, realiza uma auditoria para determinar se houve ou não fraude nas eleições. Morales afirmou que, se forem detectadas irregularidades, ele estará disposto a ir para o segundo turno. O resultado da auditoria deve ser divulgado na semana que vem.

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