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Interior

Com apoio da FAB, 1º captação de pulmões é feita em hospital de Dourados

Coração, fígado e rins também foram captados para salvar doentes na fila dos transplantes

Anahi Zurutuza | 31/01/2018 12:19
Equipe que captou pulmões embarcando para São Paulo (Foto: Direto das Ruas)
Equipe que captou pulmões embarcando para São Paulo (Foto: Direto das Ruas)

Médicos passaram a madrugada em um dos centros cirúrgicos do Hospital da Vida de Dourados para captar coração, fígado, pulmões e rins que foram enviados para salvar pessoas que precisavam de transplantes. Foi a primeira captação de pulmão feita na cidade a 228 km de Campo Grande.

A doação foi autorizada por uma família de um homem de 39 anos, que morreu em acidente de motocicleta.

Equipes do Incor (Instituto do Coração) do Hospital das Clínicas de São Paulo e de Brasília chegaram a Dourados por volta das 23h desta quarta-feira (30) e o trabalho de retirada dos órgãos para o transplante levou cerca de cinco horas.

Dentre os responsáveis da captação dos pulmões, estava o médico Oswaldo Júnior, do Incor, que é formado em medicina pela UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados).

Ele diz que só tem a agradecer à família do motociclista que autorizou os procedimentos. “Eles são os verdadeiros heróis, que nesse momento de dor, conseguem tomar essa decisão tão difícil. Um ato de amor ao próximo”.

Médicos durante procedimento no centro cirúrgico do Hospital da Vida (Foto: Direto das Ruas)
Médicos durante procedimento no centro cirúrgico do Hospital da Vida (Foto: Direto das Ruas)

Oswaldo Júnior aproveita para fazer apelo para que as pessoas conversem sobre a doação de órgãos. “Essa decisão [dos familiares] se torna mais fácil quando a pessoa expressa essa vontade quando viva e o povo do Mato Grosso do Sul tem mostrado isso cada vez com mais frequência”.

Destino - De acordo com a enfermeira Clarinie Fortunatti, integrante da CIHDOTT (Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes), os pulmões, o coração e um rim foram enviados para São Paulo e o fígado para Brasília. O outro rim e as córneas foram trazidos para a Santa Casa de Campo Grande.

Três aviões foram mobilizados para fazer o transporte dos órgãos, dois deles da FAB (Força Aérea Brasileira), além do jato fretado pelo Incor.

A CIHDOTT faz a abordagem das famílias de pessoas com morte cerebral e aciona a rede de transplantes. Clarinie conta que a comissão do Hospital da Vida foi formada em janeiro de 2017 e comenta que a captação inédita de pulmões foi uma vitória para a equipe. “Conseguimos transformar em um momento triste em algo positivo”.

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