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Interior

Indígena guarani é morto com um tiro na nuca em território reivindicado

Entidade indígena denuncia ataques em Pyelito Kuê; Funai mantém estudos de demarcação

Por Viviane Oliveira | 16/11/2025 12:15


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Um indígena guarani-kaiowá foi assassinado com um tiro na nuca durante uma retomada de território em Iguatemi, Mato Grosso do Sul. Vicente Fernandes foi morto na madrugada de domingo (16), na comunidade Pyelito Kue, área da Fazenda Cachoeira. Outras quatro pessoas ficaram feridas no incidente. A região é palco de disputas territoriais há anos. A área reivindicada pelos indígenas possui 41 mil hectares, enquanto a comunidade vive em apenas 90 hectares. Embora a Funai tenha aprovado em 2013 o relatório de identificação da Terra Indígena Iguatemipeguá I, o processo de demarcação permanece estagnado.

O indígena guarani-kaiowá Vicente Fernandes foi morto com um tiro na nuca na madrugada deste domingo (16), em Iguatemi, a 412 quilômetros de Campo Grande. A Polícia Militar confirmou o óbito, mas informou que a ocorrência foi atendida pela Força Nacional, ainda sem detalhes divulgados. Há informação também de outras quatro pessoas feridas.

Pelas redes sociais, a Aty Guasu, principal organização política dos povos Guarani e Kaiowá, afirmou que a vítima foi assassinada durante a retomada da comunidade Pyelito Kue, localizada na área da Fazenda Cachoeira. “A retomada sofre ataques desde a semana passada e é desesperador para os indígenas neste momento”, informou a entidade.

A região é alvo de disputa há anos. Em junho deste ano, uma portaria da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) atualizou a composição do Grupo de Trabalho responsável por estudos complementares de identificação e delimitação do território reivindicado pelos guarani, conhecido como Iguatemipeguá II e III, que abrange áreas de quatro municípios do sul de Mato Grosso do Sul.

A Funai já havia aprovado, em 2013, o relatório de identificação da Terra Indígena Iguatemipeguá I, que inclui os tekoha Mbarakay e Pyelito Kuê. A área reivindicada possui 41 mil hectares, enquanto os guarani-kaiowá vivem atualmente em uma aldeia de 90 hectares. À época, o governo federal registrava cerca de 1,8 mil indígenas na região.

Mesmo após a identificação oficial, o processo não avançou, mantendo o cenário de tensão entre indígenas e produtores rurais. Em novembro de 2023, os guarani-kaiowá ocuparam parte da área quando uma equipe de documentaristas que acompanhava a situação foi agredida por homens apontados como seguranças dos produtores.

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