Carne “baixo carbono” e mandioca de alto rendimento são apresentadas na COP 30
Pacote inclui ainda mapas que alertam para risco climático no cultivo da alface
A Embrapa chega à COP30 com três novidades que mostram como o clima já mexe com a produção de alimentos no Brasil. Nada de linguagem complicada: as tecnologias envolvem carne bovina com selo ambiental, uma mandioca criada especialmente para a Amazônia e mapas que revelam o risco de o País ter mais dificuldade para produzir alface nas próximas décadas. As novidades foram apresentadas neste domingo (16), na AgriZone, espaço aberto ao público próximo à área principal da COP.
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A Embrapa apresenta três inovações tecnológicas na COP30, demonstrando adaptações necessárias diante das mudanças climáticas na produção de alimentos. Entre as novidades está o selo Carne Baixo Carbono, destinado a fazendas que adotam práticas sustentáveis na pecuária, e a mandioca BRS Jacundá, desenvolvida para a Amazônia. A empresa também divulgou um estudo alarmante sobre o cultivo de alface no Brasil, indicando que até 97% das áreas do país podem se tornar inadequadas para o plantio até 2100. A mandioca BRS Jacundá se destaca por sua alta produtividade, podendo render até 30 toneladas por hectare, triplicando a média atual do Amazonas.
A Carne Baixo Carbono é a aposta para mostrar que a pecuária pode emitir menos e produzir mais. O selo será dado a fazendas que seguem um conjunto de práticas que deixam o pasto mais produtivo, recuperam áreas degradadas e reduzem impacto ambiental.
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Para o consumidor, significa saber que aquela carne veio de um sistema mais responsável. Para o produtor, abre portas para atender um mercado cada vez mais exigente.
Pesquisadores da Embrapa Hortaliças analisaram diferentes cenários climáticos e chegaram a um número que chama atenção: até 97% das áreas brasileiras podem se tornar inadequadas ou muito arriscadas para cultivar alface até 2100.
O estudo usa projeções do Inpe e do IPCC e mostra que o calor crescente pode mudar tradições no campo, afetando desde grandes produtores até a horta caseira. Os mapas ficam disponíveis na plataforma Geoinfo e ajudam agricultores a se planejar.
Outra novidade é a mandioca BRS Jacundá, criada especialmente para regiões de terra firme no Amazonas. Ela tem polpa amarela, muito usada para farinha e tucupi, além de resistir melhor a pragas. O diferencial é a produtividade: pode render mais de 30 toneladas por hectare, quase três vezes a média atual do Estado.
Os três lançamentos traduzem um mesmo recado: o clima muda rápido, e a agricultura precisa se adaptar no mesmo ritmo. A Embrapa leva à COP30 exemplos práticos de como isso pode acontecer no campo, da pecuária às hortaliças, passando por culturas tradicionais da Amazônia.
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