Sem manutenção, via que dá acesso ao Morro do Ernesto vira lamaçal após chuvas
Devido à lama e às pedras, estrada rural já teve mutirões improvisados e um acidente com caminhão de tijolos
Entre pedras soltas, lama e buracos, moradores da região do distrito de Rochedinho, em Campo Grande, afirmam conviver há pelo menos três anos com a deterioração da estrada que liga o Morro do Ernesto ao município de Rochedo. O último registro, enviado ao Direto das Ruas, foi feito na tarde de sábado (16) e mostra a via coberta por poças de lama e pedregulhos após a chuva.
RESUMO
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Moradores do distrito de Rochedinho, em Campo Grande, enfrentam há três anos problemas com a deterioração da estrada que liga o Morro do Ernesto ao município de Rochedo. A via, que dá acesso a cerca de 500 chácaras e pontos turísticos, encontra-se em estado precário, com pedras soltas, lama e buracos. A situação afeta aproximadamente 2 mil pessoas diariamente, incluindo moradores, turistas e transportadores. Em junho, residentes realizaram um mutirão para recuperar a estrada, mas o trabalho foi comprometido após uma forte chuva. A prefeitura alega falta de maquinário para realizar a manutenção adequada da via.
O vídeo, enviado pelo Direto das Ruas, foi gravado pela encarregada de produção Leny Carvalho de Miranda, 56 anos, moradora do Assentamento Sucuri há 13 anos. Segundo ela, a estrada dá acesso a cerca de 500 chácaras e assentamentos - entre eles Sucuri, Conquista e Águão - além de pontos turísticos como a Cachoeira do Céu, Cachoeira do Inferninho e o Morro do Ernesto, o que aumenta o fluxo de turistas na região, especialmente aos fins de semana.
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“Temos problemas com essa estrada há muito tempo. Aqui há cerca de 500 chácaras. Em dias de chuva, a estrada alaga, formam-se poças e os carros atolam. Não se passa ali a mais de 20 km/h”, relata Leny.
Cansados da falta de manutenção, moradores do Assentamento Sucuri se reuniram em junho deste ano para fazer um mutirão e tentar recuperar parte da via por conta própria. Um trator da associação chegou a ser usado, mas acabou danificado. “O desespero foi tão grande que nós optamos por fazer um mutirão. O trator não era adequado e quebrou de tanto forçar”, conta Leny.
O esforço, porém, durou pouco, relatam os moradores. Após uma chuva forte, tudo voltou ao ponto de partida. “Veio uma chuva e estragou tudo. A estrada ficou novamente esburacada e com lama”, lamenta a moradora, que enviou a denúncia.
O casal de moradores também afirma que acidentes são frequentes no trecho. Eles relatam que há cerca de três meses, um caminhão carregado de tijolos caiu em um pequeno barranco na curva final da estrada. Entretanto, ninguém ficou ferido.
“Graças a Deus, o motorista e o passageiro tiveram só escoriações. Mas já caiu um ciclista, uma moto derrapou e um carro de turista bateu. Vira e mexe tem acidente. A estrada é muito íngreme, cheia de pedra e terra”, descreve Leny.
O casal de moradores acrescenta que o prejuízo é constante quando se trata dos veículos de quem passa por lá. “Já gastamos de R$ 10 a R$ 12 mil por ano com conserto de carro por causa dos buracos”.
Além dos moradores, Leny destaca que a estrada recebe caminhões que transportam gado e soja, veículos de turismo e compradores da agricultura familiar. “Aqui na Sucuri são 100 chácaras, cada uma com uma média de quatro moradores. Estou chutando baixo quando digo que umas 2 mil pessoas dependem dessa estrada diariamente”, estima.
Leny afirma que a presidente da Associação de Moradores do Assentamento Sucuri já encaminhou novo requerimento pedindo intervenção na estrada. Contudo, a resposta da Prefeitura, segundo ela, é a falta de maquinário para realizar o serviço. “Eles alegam que não têm equipamento, só essa patrola. E quando vem, faz um trabalho superficial. Às vezes, até piora”, afirma.
O marido dela, Hélio Guedes de Souza, 67 anos, diz que o problema se arrasta há muito tempo e que diversos pedidos já foram feitos às autoridades. “O problema nessa estrada não é só de hoje. Já procuramos o governo estadual, a prefeitura e vereadores. A conservação, quando tem, é feita pelos próprios moradores”, diz.
A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Campo Grande para saber se há previsão de obras estruturais ou definitivas para a estrada e se há disponibilidade de maquinário para realizar os trabalhos. O espaço segue aberto.
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