"Milagre", diz mãe que viu filha autista ser salva após 4 horas ilhada em rio
Diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista, a adolescente desapareceu de casa por volta das 2h

O amanhecer desta segunda-feira (5) foi definido como “milagre” para a família de uma adolescente de 14 anos, que ficou ilhada por 4 horas no meio da forte correnteza do Rio Aquidauana, que corta a MS-080, em Rochedo, município a 83 quilômetros de Campo Grande.
RESUMO
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Adolescente com autismo é resgatada após ficar ilhada por quase cinco horas em rio. A menina de 14 anos desapareceu de casa durante a madrugada em Rochedo (MS) e foi encontrada em uma pedra no meio do Rio Aquidauana. Familiares, incluindo seu padrasto e irmão, participaram do resgate, que contou com o apoio de equipes de saúde e bombeiros. O resgate foi descrito como um "milagre" pela mãe da adolescente. O padrasto e o irmão entraram na água para alcançar a menina, enquanto a mãe e outros aguardavam na ponte. A correnteza forte e a escuridão dificultaram a operação, que exigiu amarração de cordas e técnicas de salvamento em altura pelos bombeiros. A adolescente sofreu um corte profundo no pé e está internada na Santa Casa sem previsão de alta.
“Foi um milagre, graças ao amor da minha família. Imagina o coração de mãe, eu em cima daquela ponte, me sentindo impotente, sem poder fazer nada, mas graças a Deus e a coragem do meu marido e do irmão dela, ao amor da nossa família, deu tudo certo”, disse a mãe, Lilian Inácio, de 42 anos, que não esconde a emoção ao lembrar dos momentos de angústia.
Diagnosticada com TEA (Transtorno do Espectro Autista), a adolescente desapareceu de casa durante a madrugada, por volta das 2h, sendo vista sozinha na rua pouco tempo depois. As informações são de que ela tenha tido uma crise.
O desespero tomou conta da família assim que o padrasto recebeu uma ligação informando que a menina havia sido vista sozinha. As buscas começaram imediatamente, em três carros diferentes. A menina conseguiu ser resgatada às 6h, desta segunda.
A mãe conta que algo dizia para seguir o rumo da ponte. “Falei para o policial, veio na minha cabeça para ir no sentido da ponte. Meu filho me ligou e disse para ir correndo, que ela estava lá”, contou.
Ainda de acordo com Lilian, quando chegou ao local, o marido já havia pulado na água e nadado até a pedra, onde estava a menina. Depois, o filho desceu para levar alguns pertences, na tentativa de aquecer a irmã.
“Estava tudo escuro, correnteza forte. Ninguém mais conseguia entrar na água, a correnteza puxava. Amarramos uma corda na cintura do meu filho, e ele desceu, e foi crucial para salvar ela. Meu marido acalmando ela, conseguiram amarrar ela, subir na pedra”, relembrou.
Enquanto isso, uma equipe estava se preparando para receber a adolescente do lado de fora do rio. “Enquanto isso, o pessoal da saúde, os enfermeiros do posto, pessoal da civil, e todo mundo ficou a madrugada toda, 40 pessoas, fora os bombeiros, que chegaram às 6h. Só que nesse período conseguimos estabilizar, até chegar os bombeiros”, completou.
A operação exigiu precisão e calma. Os bombeiros usaram técnicas de salvamento em altura, com a montagem de um sistema de resgate utilizando tripé de ancoragem, triângulo de salvamento e sistema que multiplica a força por 5.
Além da menina, o irmão e o padrasto também tiveram que ser resgatados. A adolescente está internada na Santa Casa, com um corte profundo no pé, e não tem previsão de alta.
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