MPMS apura se prefeito é favorecido com aluguel de hospital municipal
Prédio pertence a Lídio Ledesma, que tem contrato de locação no valor de R$ 35 mil por mês
A 1ª Promotoria de Justiça de Iguatemi, a 412 km de Campo Grande, instaurou inquérito civil para apurar possível irregularidade no aluguel de um imóvel que pertencente a Lídio Ledesma, prefeito da cidade, reeleito pelo PSDB. No local funciona a Sociedade Beneficente São Judas Tadeu, conhecido como Hospital Municipal, que é alugado no valor de R$ 35 mil por mês.
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O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) investiga um possível caso de improbidade administrativa envolvendo o prefeito de Iguatemi, Lídio Ledesma (PSDB), que aluga o Hospital Municipal, de sua propriedade, por R$ 35 mil mensais. O hospital, inicialmente pertencente à família Ledesma, foi transferido para uma sociedade beneficente em 2022 e declarado de utilidade pública pelo próprio prefeito. O MPMS questiona a legalidade do aluguel, considerando que o hospital é mantido em grande parte pelo SUS e atende toda a região.
Conforme manifestou a ouvidoria do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), em maio deste ano, a possível improbidade administrativa está no fato do prefeito receber pelo aluguel da entidade, de um valor que seria repassado pela prefeitura. O prédio está localizado na Avenida Laudelino Peixoto, número 1081, região central.
Segundo o processo, o Hospital São Judas Tadeu era de propriedade de Lídio, de 1991 até 2022, quando as atividades privadas foram encerradas e a gestão passou a ser administrada por uma sociedade beneficente, presidida pelo enfermeiro Vandeclei Freitas.
O prédio foi declarado utilidade pública pelo Projeto de Lei n° 041/2022, aprovado pelo próprio Lídio. O novo CNPJ do hospital, agora como Sociedade Beneficente São Judas Tadeu, está ativo desde o dia 5 de janeiro de 2021.
Já a ata de fundação e estatuto da instituição são datados do dia 8 de dezembro de 2020. Ambos possuem assinaturas de Anna Gabriela Ledesma e Cecília Ledesma, filha e esposa, respectivamente, do atual prefeito.
O contrato de locação imobiliária é um pouco mais recente, tem prazo de 12 meses e o próximo vencimento é no começo de novembro. Nele, o presidente da Sociedade Beneficente oficializa o contrato de locação com Lídio e Cecília Ledesma, no valor de R$ 35 mil por mês.
De acordo com o portal da transparência de Iguatemi, o salário líquido do prefeito é de R$ 7 mil, da primeira-dama e secretária municipal de Assistência Social é de R$ 4,4 mil.
Ao Campo Grande News, Lídio diz considerar a denúncia “eleitoreira” e que vão apresentar, na defesa, que não há irregularidades em alugar o único prédio com capacidade hospitalar da cidade, que pertence a sua família há anos.
“O imóvel pertence à minha família, mas tudo foi passado para fundação, que poderia ter usado qualquer outro prédio, mas não tem. É importante lembrar que é uma unidade 95% pública, mantida pelo SUS (Sistema Único de Saúde), que atende toda a região, inclusive Japorã. Quando formos acionados, vamos prestar todos os esclarecimentos necessários, mostrar que não há nada irregular. Foi uma denúncia totalmente eleitoreira”, defendeu.
Lidio Ledesma, o Dr. Lidio, foi reeleito prefeito de Iguatemi no último dia 6 de outubro, após obter 61,81% dos votos, consagrando seu terceiro mandato. Ele é conhecido por ser fundador do hospital e pelo nascimento de aproximadamente oito mil crianças.
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