MS-338 tem túneis para hexatrens e avança com investimentos de R$ 329 milhões
A rodovia de 111 quilômetros liga Ribas do Rio Pardo a Camapuã, no Vale da Celulose
RESUMO
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A pavimentação da MS-338, que liga Ribas do Rio Pardo a Camapuã, no "Vale da Celulose", avança com investimentos de R$ 329 milhões. A obra de 111,56 quilômetros inclui dois túneis especiais para passagem de hexatrens, veículos de 60 metros que transportam 200 toneladas de eucalipto. O projeto, com previsão de conclusão para dezembro deste ano, já tem 45,3 quilômetros concluídos no primeiro lote e 87% do segundo lote executado. A nova rodovia beneficiará o escoamento da produção local e facilitará o acesso dos moradores da região, que anteriormente enfrentavam condições precárias de tráfego.
Com dois túneis para passagem de hexatrens que transportam toras de eucalipto (seis gaiolas acopladas a carreta) e investimento de R$ 329 milhões, a pavimentação da MS-338 avança para ligar Ribas do Rio Pardo e Camapuã, no “Vale da Celulose”.
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A extensão é de 111,56 quilômetros, sendo 45,3 quilômetros do primeiro lote já concluído e 66,26 quilômetros do segundo lote em execução. O valor total da obra é de R$ 329.030.441,84.
O lote 1 teve investimento de R$ 121 milhões, enquanto o lote 2 terá custo de R$ 208 milhões. A previsão é que a rodovia seja entregue em dezembro deste ano, caso as condições climáticas permaneçam favoráveis.
O segundo lote já foi executado em 87%, restando para conclusão a pavimentação do último segmento de aproximadamente 7km (trecho entre os quilômetros 82 e 88, próximo a Ribas), a construção da ponte sobre o Ribeirão Monte Belo (em execução) e a conclusão das passagens inferiores para a travessia dos hexatrens (previstas para setembro).
Os túneis ficam localizados nos quilômetros 89,54 e 70,88 da rodovia MS-338. Os hexatrens têm 60 metros de comprimento e transportam 200 toneladas de madeira. Maiores veículos florestais do mundo, os gigantes não “pegam” a rodovia, circulando apenas dentro das fazendas de eucalipto.
A Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos de Mato Grosso do Sul) destaca que o projeto integra dois municípios em expansão no Estado.
“Em uma região que antes estava praticamente isolada e hoje recebe os desafios deste crescimento das indústrias de celulose, criando uma nova rota logística . Uma escolha que atenderá os produtores, os sitiantes e os moradores destas cidades e comunidades, com um acesso mais confortável e seguro”.
A obra é executada pela empresa Vale do Rio Novo Engenharia e Construções Ltda, com sede em São Paulo. A reportagem entrou em contato com a empresa por e-mail, mas não recebeu resposta até publicação da matéria.
Sonho antigo
O prefeito de Ribas do Rio Pardo, Roberson Luiz Moureira (PSDB), afirma que a pavimentação da MS-338 era uma aspiração muito antiga de toda a região.
Antes, para escoar a produção de soja. Agora, a via também vai atender a cadeia da celulose, que se consolida no município. “É a transformação de uma região. E a MS-338 vai interligar com a 335, que vem de Bandeirantes”, diz o prefeito.
Ribas é o terceiro maior município de MS em extensão, com área de 17.309 km² (quilômetros quadrados).
Em Camapuã, o prefeito Manoel Nery (PP) destaca que o asfalto já mudou a vida das pessoas, facilitando o escoamento de soja, gado, leite e eucalipto.
“Também atende o transporte escolar. Facilitou para os moradores irem e virem. Nós já estamos recebendo os benefícios. Todo mundo que mora nas fazendas usa a rodovia e vem para Camapuã”.
Dos 111 km entre os municípios, cerca de 15 km fica em Camapuã, mas quem mora num raio de 60 km, metade do caminho, acaba se deslocando com mais frequência para a cidade. “E quem vem de Sonora e for para Ribas, pode passar por aqui. Não precisa pegar o trânsito mais pesado por Campo Grande”, diz Manoel.
"Não tem mais atoleiro"
Ana Lúcia Alves de Almeida, 48 anos, abriu o restaurante Santo Antônio, às margens da nova rodovia, em Ribas do Rio Pardo. A fazenda onde morava foi vendida para fábrica de celulose.
“A gente decidiu seguir com as próprias pernas. Surgiu a história do asfalto e viemos juntos. Terminamos de construir, o asfalto passou na porta. Agora, é uma maravilha”.
Com a experiência de quem conhece a região a vida toda, ela conta que todos ganharam com a pavimentação. “Agora a gente tem uma estrada com dignidade. Nós não somos mais esquecidos. Pode ir para cá ou para lá, que está seguro e não tem mais atoleiro. Pode seguir viagem com Deus”.
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