Onça em local onde peão foi atacado indica equilíbrio ambiental, diz biólogo
Segundo especialista, o comportamento agressivo do felino contra humanos é raro, mas a situação exige atenção
A presença de onça-pintada no local onde o peão Flávio Ricardo do Espírito Santo, de 28 anos, foi atacado indica equilíbrio ambiental, segundo especialista consultado pelo Campo Grande News. O ataque, no entanto, foi um incidente, visto que o animal estava se alimentando no momento em que o rapaz passou por perto.
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A presença de onça-pintada no local onde um peão foi atacado no Pantanal do Paiaguás indica equilíbrio ambiental, segundo especialistas. O incidente ocorreu quando Flávio Ricardo do Espírito Santo, de 28 anos, passou próximo ao animal que se alimentava, a 200 quilômetros de Corumbá. O Instituto Homem Pantaneiro ressalta que ataques não são frequentes e o abate do animal não é recomendado. A vítima passou por cirurgia e se recupera. O Sindicato Rural de Corumbá pede cooperação entre instituições para prevenção de novos casos na região, que abriga cerca de 300 famílias.
O caso aconteceu na tarde do último sábado, a cerca de 200 quilômetros da região urbana de Corumbá. Flávio Ricardo e outro peão voltavam para a fazenda quando, ao passarem perto de uma onça, Flávio foi atacado. O homem teve cortes nas pernas, braços e cabeça.
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De acordo com o biólogo Diego Viana, do Instituto Homem Pantaneiro, ataques de onça a pessoas não são frequentes, mas existem e, por esse motivo, merecem atenção. “A presença de onça no Pantanal é um sinal de equilíbrio ambiental e, por isso, a melhor saída é sempre investir em prevenção, informação e medidas de coexistência que protejam tanto as pessoas como a fauna”, diz o especialista.
Ele ainda relata que entende a dor da família e os pedidos por respostas imediatas. "O abate da onça não é a medida indicada neste caso, porque os ataques ocorrem em situações muito específicas, não por um comportamento predatório contra as pessoas", esclarece. Ainda conforme o biólogo, é difícil identificar com certeza o animal que esteve envolvido no ataque, visto que o Pantanal é vasto e as onças se deslocam em grandes áreas.
Diego ainda comenta que localizar e fazer o manejo do animal depois de um ataque é difícil, principalmente em áreas remotas do bioma. "Muitas vezes a própria onça se afasta e não é mais vista. Do ponto de vista técnico, sabemos que medidas de prevenção e monitoramento geralmente são mais eficazes para proteger as pessoas e evitar novos conflitos", finalizou o biólogo.
A sogra do peão, Luzia Pires, contou à reportagem que o rapaz passou por uma cirurgia na perna, está bem e foi encaminhado para a enfermaria. A esposa chegará a Campo Grande amanhã (7) para acompanhar Flávio.
O Sindicato Rural de Corumbá manifestou solidariedade ao jovem atacado nesta segunda-feira (6). "A região atingida abriga cerca de 300 famílias e diversos trabalhadores rurais. O Sindicato destaca a necessidade de cooperação entre instituições, universidades, pesquisadores e ONGs (Organizações Não Governamentais) para prevenção eficaz desse tipo de ocorrência", diz o texto.
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