"Não vamos deixar as aldeias sem água", diz Riedel após liberação de rodovia
Gestor vai atuar de forma conjunta com a bancada para furar poços nas comunidades Bororó e Jaguapiru
O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), divulgou na tarde desta quinta-feira (28), em suas redes sociais, vídeo reafirmando o compromisso do governo estadual em buscar soluções para a crise de abastecimento de água nas aldeias indígenas de Dourados, situadas a 251 quilômetros de Campo Grande. A declaração foi feita diretamente de Brasília (DF), onde o gestor participa da 15ª edição do Fórum Nacional de Governadores.
No vídeo, Riedel destacou que, apesar de a questão ser de responsabilidade federal, o governo do estado atuará de forma conjunta com a bancada federal e o governo federal para garantir água potável às comunidades indígenas. Ele mencionou recursos já destinados para ações iniciais em oito aldeias e reforçou o compromisso de ampliação do abastecimento.
"Nós vamos ser parceiros e vamos buscar solução, junto com a bancada federal, junto com o governo federal, com o próprio Estado, na questão da água, especificamente em Dourados. Oito aldeias já têm recursos alocados. Falei e repito, que nós não vamos deixar Dourados sem água, por parte do governo do Estado, inclusive, apesar de uma atribuição federal. Eu sempre disse que os indígenas cidadãos sul-mato-grossenses e nós vamos fazer isso junto, mas nós temos que ter ordem, organização, diálogo permanente e fico feliz que nosso time em Dourados hoje chegou a bom tempo com a comunidade", declarou.
Na manhã desta quinta, representantes indígenas se reuniram no MPF (Ministério Público Federal) com a secretária estadual de Cidadania, Viviane Luiza da Silva. O encontro foi exigido pelos manifestantes para firmar compromissos do governo estadual, como o envio imediato de caminhões-pipa pela Sanesul (Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul) e pela Prefeitura de Itaporã, além da construção de dois poços artesianos com recursos já assegurados. Também foram discutidos investimentos de longo prazo, incluindo R$ 53 milhões previstos para 2025 na construção de "super poços", solução considerada definitiva para o problema.
Paralelamente, o Ministério dos Povos Indígenas anunciou a destinação de R$ 2 milhões para a construção de dois super poços nas aldeias Bororó e Jaguapiru. A ministra Sonia Guajajara criticou a atuação policial durante o protesto, classificando o uso de força como "arbitrário e desproporcional". O governo federal também articula, junto a parceiros como a Itaipu Binacional e a UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), iniciativas para modernizar o sistema de abastecimento e ampliar a infraestrutura hídrica na região.
Entenda - O pronunciamento ocorre em meio ao quarto dia de bloqueio da MS-156, rodovia que liga Dourados a Itaporã, por indígenas das aldeias Bororó e Jaguapiru. O protesto começou na última segunda-feira (25) e exige melhorias urgentes no fornecimento de água tratada, incluindo a construção de poços artesianos e o uso de caminhões-pipa. Após uma tentativa de liberação da via por meio de diálogo, o confronto com o Batalhão de Choque da Polícia Militar resultou em feridos, incluindo duas mulheres encaminhadas ao Hospital da Vida.
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