Quartel onde Bolsonaro serviu centraliza manifestações em Nioaque

Em Nioaque, cidade a 179 Km de Campo Grande, manifestantes contrários ao resultado das eleições se concentram em frente ao quartel onde o presidente Jair Bolsonaro (PL) serviu entre os anos de 1979 e 1981. As pessoas ocupam o espaço, localizado na Rua Dom Pedro II, na Vila Militar.

A concentração é expressiva, segundo participantes. Mas a lotação é mesmo maior em dias específicos, como foi em 15 de novembro último. Segundo uma das manifestantes, que não quer ter o nome divulgado, há movimentação no local todos os dias.

“Lá eles se ajudam e cada um tem uma tarefa: uns cozinham, outros distribuem água, outros ficam responsáveis pelas orações. Estamos lá desde um dia após as eleições”, afirmou.

Uma das organizadoras, que também não quis se identificar, diz que “todos nós nioaquenses abrigamos o espírito cívico e, de uma forma ou outra, estamos envolvidos com a manifestação, cantando os hinos (Hino Nacional e Hino do Município) da melhor forma possível. Temos vivenciado o verdadeiro sentido de  “verás que um filho teu não foge à luta””.

No dia da Proclamação da República, além da predominância do verde e amarelo em bandeiras, roupas e veículos, uma faixa colocada em frente ao quartel em que o presidente serviu por três anos trazia os seguintes dizeres: "Resistência Civil, Nioaque /MS".

Mesmo sob um sol escaldante, a manifestação destoava das ocorridas em outras regiões do País, pois ao contrário de protestos, de gritos e do Hino Nacional sendo tocado no último volume, o que se via eram mulheres, crianças e idosos sentados embaixo de um frondoso pé de Ipê comendo ou numa fila à espera de um saboroso "churrasco à moda pantaneira, com sal de boiadeiro, mandioca e limão rosa", conforme o churrasqueiro.