Saúde pública confirma caso de leishmaniose visceral em humano
CCZ de Dourados informou que diagnóstico precoce em morador do Jardim Água Boa evitou agravamento da doença
Um morador de Dourados, a 233 km de Campo Grande, foi infectado com leishmaniose visceral. O caso foi confirmado pelo CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) e o paciente está em tratamento, mas fora de perigo.
Em nota técnica, o CCZ informou que o homem mora no Jardim Água Boa, um dos maiores bairros da cidade. “Com o diagnóstico precoce, foi possível iniciar o tratamento em tempo oportuno, reduzindo as chances de agravamento do quadro clínico”, informa a nota.
De acordo com Rozana Alexandre da Silva, coordenadora do CCZ, esse é o primeiro caso de leishmaniose em humanos confirmado neste ano em Dourados. Em 2014 ocorreram oito casos positivos. A cidade teve uma morte pela doença, em 2013.
Mutirão – Para conter a proliferação do mosquito flebotomíneo, que transmite a doença, o CCZ iniciou nesta segunda-feira (03) um mutirão no quadrilátero entre as ruas Cafelândia e André Gomes Brandão no sentido oeste-leste e da Monte Castelo até a Itamarati, no sentido norte-sul, onde existem pelo menos três mil imóveis.
As atividades incluem visitas domiciliares para orientações e notificações em locais onde os moradores não mantêm os quintais limpos e bloqueio químico com aplicação de inseticidas, para controle do vetor. De acordo com o CCZ, o produto mata o inseto adulto e reduz o contato entre o mosquito transmissor e a população humana, diminuindo o risco de transmissão da doença.
Os agentes de saúde também vão coletar amostras de sangue de todos os cães dessa região da cidade para exame de leishmaniose. Será feita ainda a vacinação antirrábica dos animais.
Cães com a doença serão recolhidos para a contraprova, feita pelo Lacen (Laboratório Central), em Campo Grande. Em caso de confirmação, o animal é sacrificado. A eutanásia de cães infectados é recomendada pelo Ministério da Saúde para ajudar no controle da doença.
A leishmaniose é uma doença infecciosa sistêmica, caracterizada por febre de longa duração, aumento do fígado e do baço, perda de peso, fraqueza, redução da força muscular, anemia e outras manifestações.
Pessoas residentes em áreas onde ocorrem casos de leishmaniose visceral devem procurar o serviço de saúde mais próximo de casa em caso de manifestação desses sintomas. De acordo com o CCZ, o diagnóstico e o tratamento precoce evitam o agravamento da doença, que pode ser fatal se não for tratada.
Transmissores – Os transmissores da leishmaniose visceral são os mosquitos palha, asa-dura, tatuquiras, birigui e outros da espécie flebotomíneo com nome científico de Lutzomyia longipalpis. Esses insetos são pequenos e têm como características a coloração amarelada ou de cor palha.
Os insetos adultos ficam principalmente em abrigos de animais domésticos. Somente as fêmeas se alimentam de sangue, para desenvolvimento dos ovos.
Conforme o CCZ, a população pode ajudar a combater o transmissor de leishmaniose mantendo a higiene ambiental com limpeza periódica dos quintais, retirada da matéria orgânica em decomposição (folhas, frutos, fezes de animais e outros entulhos que favoreçam a umidade do solo) e destino adequado do lixo orgânico e limpeza dos abrigos de animais domésticos.