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Interior

Sonegação de R$ 100 milhões envolve dois servidores da Receita em MS

Priscilla Peres | 25/02/2015 12:49
Reponsáveis pela Operação deram entrevista coletiva nesta manhã. (Foto: Eliel Oliveira)
Reponsáveis pela Operação deram entrevista coletiva nesta manhã. (Foto: Eliel Oliveira)
Empresário de Dourados foi preso para prestar depoimento. (Foto: Eliel Oliveira)
Empresário de Dourados foi preso para prestar depoimento. (Foto: Eliel Oliveira)

Dois servidores da Receita Federal de Ponta Porã estavam envolvidos no esquema de sonegação de impostos, de acordo com investigações da Polícia Federal dentro da Operação Bumerangue, deflagrada hoje. Com notas fiscais falsas, empresários informavam que o material seria encaminhado para a fronteira, mas era desviado no meio do caminho. O grupo causou prejuízo de R$ 100 milhões aos cofres públicos.

Os produtos que iriam para exportação com preços até 40% menor, retornavam para indústrias e siderúrgicas de São Paulo, Paraná e Santa Catarina. A estimativa é de que a quadrilha suspeita de fraudar o fisco federal, fez transações comerciais na cifra de R$ 250 milhões.

De acordo com o site Dourados News, o procurador da República Marco Antônio Delfino Garrido afirma a investigação constatou o envolvimento de servidores. “Nas investigações foi constatado que os servidores da Receita facilitavam e acobertavam os ilícitos. A partir dessas investigações conseguimos chegar até os envolvidos”.

De acordo com o superintendente do órgão, Edgar Paulo Marcon, todo o processo pode ter custado no mínimo, R$ 100 milhões aos cofres públicos. Um empresário de Dourados foi preso e encaminhado para a delegacia, onde prestará depoimentos. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados.

“A quadrilha era bem organizada. Eles compravam materiais siderúrgicos através de exportadoras instaladas em Ponta Porã, algumas delas de fachada, e tinham as notas ‘esquentadas’ pelos funcionários públicos. Como o imposto do mercado interno para o externo tem diferença de aproximadamente 40%, eles lucravam revendendo esses produtos para indústrias ou outras empresas do ramo”, relatou Marcon.

As investigações começaram em 2012 após denúncias que chegaram ao Ministério Público Estadual e depois do início de apuração por parte do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), encaminhados para a Polícia Federal.

Operação - De acordo com a Polícia Federal, a operação visa combater organização criminosa suspeita de fraudar o fisco federal. Foram envolvidos na operação, 60 servidores da Receita Federal e 210 policiais federais.

Serão cumpridos 12 mandados de prisão temporária, 39 conduções coercitivas e 35 mandados de busca e apreensão em residências dos investigados e nas empresas supostamente ligadas à organização criminosa.

Com 60 servidores da Receita Federal e 210 policiais federais, a operação acontece nos municípios de Dourados, Ponta Porã, Campo Grande,Cascavel, Chopinzinho, Londrina, Ibiporã, Garuva, São Paulo, Bauru, Rio Preto, São José do Rio Preto, Votuporanga, Limeira, Catanduva e Mogi das Cruzes.

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