1.902, os fiscais foram nomeados pelo contrabandista. O auge do crime
Era 1.902. O governo do Estado e o Ministério da Fazenda, representado por Joaquim Murtinho, firmaram um convênio criando a “guarda fiscal da fronteira”. Raposa cuidando das galinhas. Os irmãos Murtinho eram donos da gigantesca empresa Matte Laranjeira, a maior contrabandista que este Estado já conheceu. Não andaram bem as coisas. A guarda fiscal, sob a cheia de César de Souza, bandeou para o lado da Matte Laranjeira, como era de se esperar.
Brum e Xavier atacam os fiscais.
Felipe de Brum e Bento Xavier comandavam um pelotão de “gaúchos destemidos”. Avançaram fulminantemente contra a “guarda fantoche”, como denominavam os fiscais. Destroçaram os guardas no dia 02 de setembro de 1.902. Os gaúchos sentiam-se ofendidos com a desfaçatez dos Murtinhos.
A Ilha Piano.
Havia dois caminhos percorridos pelos contrabandistas. Todos se reuniam na “Ilha” Piano, não era propriamente um pedaço de terra envolto por água, e sim um pequeno mato onde se reuniam todos que contrabandeavam. Usavam despistamentos incríveis. Sempre chegavam ao destino. Durou até 1.914.
A guerra entre contrabandistas e a polícia parceira.
Inúmeros contrabandistas foram degolados por seus inimigos. Acredita-se que a polícia também os matava. Mas nas festanças fronteiriças, os “policiais se faziam presentes para compartilhar do repasto”. O mais famoso contrabandista era o Irala, de fisionomia fechada, metia medo. Foi morto e esquartejado, conforme relato de José Bazzo, prefeito de Bela Vista, na época. O Bazzo conhecia as manobras dos contrabandistas através do Curruira, que foi fuzilado no Paraguai, a mando de brasileiros, porque sabia demais de contrabando.
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