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Em Pauta

Faltou peixe na festa, o começo da proibição da pesca

Por Mário Sérgio Lorenzetto | 17/12/2024 07:15
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

A partir dos anos 1.970, alguns comerciantes de peixes, em sua maioria de São Paulo, iniciaram a exploração intensiva da pesca no Pantanal, principalmente nos rios Paraguai, Taquari e Cuiabá. A tecnologia local, ainda principiante, sofreu uma concorrência predatória. Nesse período, surgiram pescadores de “força”, como era chamados aqueles que utilizavam arrastões, redes gigantescas e tarrafões.


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Inesgotável, a burrice campeava.

A abundância de espécimes, ausência total de fiscalização e a falsa ideia de que o Mato Grosso uno era um “Eldorado” de peixes, criou a lenda de que o estoque era inesgotável. Era comum ver peixes capturados e não desejados simplesmente descartados às margens dos rios em enorme quantidade. Os peixes escolhidos eram transportados clandestinamente para São Paulo. Enquanto toneladas dos indesejados - bagres, piaus, jaús e curimbatás - eram jogados fora nas praias de nossos rios, conta Miguel Vieira, à época engenheiro especializado em peixes. É evidente que essa atitude se constituiu em motivo de revolta contra os proprietários de frigoríficos e pescadores de outros Estados. A pesca com uso de variados tipos de rede passou a ser criticada pelas nossas populações. Mas os governantes fingiam que nada ocorria.


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Faltou peixe na festa.

Sabe-se que em março de 1.971, na posse de José Fragelli, eleito governador, este, desejando brindar seus convidados com uma peixada, mandou que a preparasse. Ninguém encontrou peixe. A ausência de peixes logo se tornou sinônimo de que “as redes haviam acabado com tudo”. Foi assim que as redes passaram a ser proibidas. Esse foi o começo da proibição da pesca.

 

Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.

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