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Comportamento

Ricardo se foi aos 72 anos e deixou legado desconhecido pela maioria

Ricardo Verde Selva ajudou a trazer o saneamento para grande parte da cidade através do programa Sanear Morena

Por Antonio Bispo | 18/12/2024 12:24
Ricardo Verde Selva era engenheiro civil e morreu aos 72 anos (Foto: Reprodução/Rede Social)
Ricardo Verde Selva era engenheiro civil e morreu aos 72 anos (Foto: Reprodução/Rede Social)

“Quem o conhecia sabia o quanto ele valorizava os detalhes, especialmente quando se tratava de questões técnicas”. É assim que narra um dos grandes amigos de Ricardo Verde Selva, vítima de acidente aos 72 anos de vida. Ele é um dos responsáveis pela implantação da rede de esgoto em Campo Grande, em 1998, através do programa Sanear Morena.

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Ricardo Verde Selva, um engenheiro civil respeitado, faleceu aos 72 anos em um acidente de trânsito, deixando um legado significativo na área de saneamento em Campo Grande e Mato Grosso do Sul. Conhecido por seu olhar crítico e dedicação aos detalhes, Ricardo transformou desafios técnicos em projetos inovadores, incluindo a criação do programa Sanear Morena, que melhorou a infraestrutura de esgoto da cidade. Apesar de sua personalidade forte, que era frequentemente mal interpretada como arrogância, ele era profundamente leal e capaz de enriquecer conversas com suas perspectivas desafiadoras. Ricardo deixa sua esposa e quatro filhos, e sua ausência é sentida por todos que o conheceram e admiraram seu compromisso com a excelência.

As palavras foram escritas por Paulo Pereira, que descreveu Ricardo como alguém que tinha olhar apurado, crítico e transformava um problema em desafio intelectual. Dessa forma, o engenheiro civil “mergulhou” no mundo da hidráulica e desenvolveu importantes projetos na área do saneamento em Campo Grande, e em algumas cidades de Mato Grosso do Sul que são aplicadas até hoje.

“Ele mergulhava fundo em cada análise, fosse sobre modelagem hidráulica, engenharia ou qualquer outro tema em que decidisse se aprofundar. Para ele, não havia espaço para superficialidades. Essa dedicação ao rigor e à precisão sempre foi uma de suas marcas registradas”, disse.

De personalidade forte, Paulo destaca que, por muitas vezes, Ricardo teve a postura confundida por quem não o conhecia como “arrogância”. Mas para aqueles que tiveram a paciência de entendê-lo, encontraram um homem que trazia, como reflexo de sua paixão e cuidado, os temas que abraçava.

“Algumas coisas o irritavam profundamente, especialmente aquilo que ele julgava desorganizado ou mal fundamentado. Mas até mesmo suas irritações eram, de certa forma, características que o tornavam único. Sua impaciência com o descaso e a superficialidade revelava, no fundo, seu compromisso com a excelência e o amor pelo que fazia”, pontuou.

Além de tudo, lealdade foi uma das marcas deixadas por Ricardo, que conversava sobre tudo, tendo a capacidade de transformar uma conversa casual em algo memorável, trazendo pontos de vista interessantes e até mesmo desafiadores.

“Ricardo, hoje o mundo parece um pouco mais silencioso sem a sua voz e as suas opiniões tão características. No entanto, queremos acreditar que você está em paz, descansando como merece. Esperamos que, onde quer que esteja, continue explorando novos temas, debatendo com a mesma paixão de sempre. Só pedimos que, no céu, você mantenha distância das árvores, respeitando aquele episódio que tantas vezes foi motivo de risadas entre nós”, brincou o amigo, que se despede do profissional com bastante saudade.

Além dos incontáveis projetos, Ricardo deixa esposa e quatro filhos. O horário do velório e sepultamento ainda não foram divulgados pela família, mas está previsto para acontecer ainda nesta terça-feira (18).

Ricardo ao lado dos filhos, em foto publicada nas redes sociais (Foto: Reprodução/Rede Social)
Ricardo ao lado dos filhos, em foto publicada nas redes sociais (Foto: Reprodução/Rede Social)

Profissional exemplar – Formado em engenharia civil pela UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) em 1977, Ricardo atuou por 10 anos em empresas e construtoras do ramo, até ingressar como gerente regional de Coxim em 1977, cargo em que ficou por sete anos.

Durante o ofício, foi responsável pela operação, manutenção e comercialização de sistemas de abastecimento de água e de esgotamento sanitário das cidades no norte de Mato Grosso do Sul.

Por conta do excelente trabalho prestado, tornou-se diretor administrativo ao longo de quatro anos. Só deixou o cargo quando, em 1998, houve a criação da empresa municipal Águas de Campo Grande.

Como legado, participou da criação do programa Sanear Morena, quando foram instalados mais de 668 quilômetros de rede de esgoto na Capital, beneficiando mais de 238 mil habitantes à época.

Esse foi um dos primeiros grandes passos que, atualmente, tornaram Campo Grande com quase 100% da rede de esgoto, atualmente gerida pela Águas Guariroba, concessionária responsável pelo abastecimento de parte do Estado.

Ricardo ao lado de uma das filhas (Foto: Reprodução/Rede Social)
Ricardo ao lado de uma das filhas (Foto: Reprodução/Rede Social)

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