O cérebro apaixonado. A ciência explica o amor e o desamor
A ciência diz que o amor é um derivativo muito sofisticado do sexo. O amor é muito difícil de ser estudado por ser exclusivamente humano. E isso dificulta muito. Os mecanismos e circuitos neuronais em que se fundamenta o amor são compartilhados com outras espécies. Todavia, as demais espécies produzem vínculos afetivos, não são capazes de ter uma louca paixão como nós.
O amor é um vicio tal como as drogas?
As drogas recreativas exploram mecanismos do cérebro que tem outras funções, um deles é a paixão. De uma maneira bem resumida, o amor gera uma obsessão com o objeto do desejo, porque se produzem muitos receptores para conseguir prazer nas zonas de recompensa cerebral. Também são reformados alguns neurônios que produzem receptores. E estas mesmas moléculas te castigam na ausência do objeto do desejo. E isto é muito típico tanto do amor como das drogas. A diferença é que essas reformas neuronais da paixão podem ser recuperadas, voltarem ao status antigo. Já com as drogas não é tão simples, deixam sequelas.
O amor de uma noite e o de 20 anos.
São muito diferentes os amores de apenas uma noite e o de 20 anos. O de uma noite não é romântico. Mas pode ocorrer que após essa noite, ocorram as tais reformas neuronais e você comece a produzir receptores de dopamina e, logo depois, de oxitocina. Advém muito prazer. Com o tempo, a produção desse hormônios vão se atenuando. Esse é o começo do amor maduro. Um casal de dois anos não está mais nem menos apaixonado que um de apenas duas semanas, são apenas diferentes. O que se perdeu foi a loucura, associada aos maiores picos hormonais de bem estar… mas também de mal estar.
O grande segredo.
E esse é um dos grandes segredos do cérebro apaixonado. Ao mesmo tempo que o apaixonado produz moléculas de bem estar, também produz as de mal estar. É assim que o cérebro exige que você volte para tua paixão ao sentir-se muito mal sem ela. É também do mesmo modo que o cérebro de alguém que perdeu a pessoa por quem é apaixonado sente-se muito mal. É apenas química, muitos hormônios agindo nos dois sentidos, tanto para a paixão como para o desamor. Também há de se compreender que o cérebro tem uma “caixa preta” do amor da qual, pouco acesso você dispõe. A velha historia do tempo, de que só ele é capaz de mudar as cargas hormonais para que você consiga chegar ao desamor, é cientificamente correta.
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