Os santos que incitavam os europeus na peleja contra os indígenas
Um mundo lendário surgiu nos primeiros tempos da chegada dos portugueses e espanhóis. Suscitou mitos como eldorados, amazonas, serras de prata, Pão de Açúcar, lagoas mágicas, fontes da juventude, Peabiru e Aleixo Garcia. Os santos também eram mitológicos: vestiam armaduras de guerreiros para combater indígenas.
Famosos combatentes na Península Ibérica, amortecidos no Brasil.
Não havia batalha entre portugueses ou espanhóis contra muçulmanos em que um santo não os guiasse. Os motivos sobrenaturais de fundo piedoso eram bem radicados na Península Ibérica. No Brasil, amorteceram, perderam a força. Mesmo desidratados, desempenharam papel importante na conquista deste imenso território.
Virgem Maria e São Tiago eram deuses guerreiros.
Em particular, a Virgem Maria e São Tiago eram visíveis aos soldados europeus. A Virgem, aparece pelo menos uma vez cavalgando “animoso corcel”, incitando-os e assistindo na “peleja sagrada”. Um historiador se deu o trabalho, consultando velhos textos de realizar um cômputo das aparições. São Tiago teria aparecido em onze batalhas. O segundo lugar cabe à Virgem Maria: seis vezes. São Pedro, São Francisco e São Brás aparecem, cada qual, uma vez. Em certos depoimentos, diz o estudioso, registra-se a presença de algum santo, sem indicação que permita individualizá-lo.
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