Empresa terceirizada atrasa salários de seguranças do Bioparque
Extratos de repasses do Governo, que chegam a R$ 345 mil por mês, estão disponíveis no Diário Oficial
Funcionários da empresa Centro Oeste Vigilância e Segurança Ltda denunciam atrasos nos salários e a falta de depósitos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Eles atuam no Bioparque Pantanal e relatam que, mesmo com os pagamentos mensais do Governo do Estado divulgados no Diário Oficial, os valores não chegam corretamente aos trabalhadores.
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Funcionários da empresa Centro Oeste Vigilância e Segurança Ltda, que prestam serviços no Bioparque Pantanal, denunciam atrasos nos salários e falta de depósitos do FGTS. Apesar dos pagamentos mensais do Governo do Estado, os valores não chegam corretamente aos trabalhadores. Os seguranças relatam dificuldades financeiras, como falta de dinheiro para combustível e alimentação. O salário-base é de R$ 1.653, com adicionais, mas os depósitos ocorrem após o dia 15, com previsão de pagamento para o dia 22. Além disso, enfrentam exigências rígidas no trabalho. A empresa não respondeu aos contatos da reportagem.
Pelo canal Direto das Ruas, nesta sexta-feira (18), mais de cinco seguranças encaminharam mensagens reforçando a denúncia. “Vamos passar o feriado sem pagamento, sem combustível. Tem vigilante sem ter comida para trazer. Está uma situação precária. O mês já está acabando e nada”, relata um deles.
Com medo de retaliações, dois trabalhadores aceitaram falar com o Campo Grande News sob condição de anonimato. Segundo uma das denúncias, os funcionários reconhecem que o problema não vem da gestão do Bioparque ou do Governo, mas alegam que não conseguem mais esconder a situação.
“Entendemos que o Bioparque não quer ser vinculado a isso, a culpa não é deles, estão certos. O problema é que chegou ao ponto de a gente não ter o que comer, não ter o que levar para os filhos neste feriado de Páscoa. Estou na empresa há um ano e descobri agora que nunca tive meu FGTS depositado”, desabafa uma vigilante.
Os contratos de trabalho registram salário-base de R$ 1.653, com adicional de periculosidade de R$ 500 e R$ 450 de vale-alimentação. A escala é de 12 por 36 horas, com pagamento previsto para o 5º dia útil do mês. No entanto, os vigilantes afirmam que os depósitos têm ocorrido após o dia 15 e, neste mês, a previsão é de pagamento somente por volta do dia 22.
Além dos atrasos, há exigências rígidas no serviço. “Às 8h abrimos os portões e ficamos de pé até meio-dia, sem poder sentar em nenhum momento. Se algum fiscal da empresa nos vê com o celular, é advertência”, relata outra funcionária.
Ela reforça que todos gostam do trabalho, mas querem que os direitos sejam respeitados. “Não podemos nos identificar porque gostamos de trabalhar aqui, mas queremos nossos direitos, que são garantidos por lei.” Os denunciantes estimam que cerca de 60 funcionários atuem no local, embora alguns estejam de atestado médico.
O Diário Oficial do Estado mostra que os pagamentos para a empresa são feitos pela Seilog (Secretaria Estadual de Infraestrutura e Logística), na seção “Despacho do Ordenador de Despesas”. A Centro Oeste presta serviço desde 2023. No início, o valor do contrato era de R$ 987 mil por trimestre. Depois, passou a ser mensal, no valor de R$ 345,5 mil, para vigilância armada e desarmada 24 horas, com monitoramento por CFTV, no Bioparque Pantanal.
A reportagem tentou contato com a empresa por telefone e e-mail disponíveis no site oficial, mas não obteve retorno. O espaço permanece aberto para esclarecimentos.
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