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Economia

Após apagão que deixou 19 mil sem luz, Enersul diz que sistema vai bem

Marta Ferreira | 10/08/2011 17:12

Empresa afirma que tem um dos mais baixos índices de falta de energia no País

Edmir Bosso, diretor de Operações da Enersul: índices de interrupção de energia são favoráveis. (Fotos: Pedro Peralta)
Edmir Bosso, diretor de Operações da Enersul: índices de interrupção de energia são favoráveis. (Fotos: Pedro Peralta)

No último sábado, 19 mil moradores de Campo Grande ficaram sem energia por 47 minutos, após um problema na subestação que faz a distribuição para a região central, localizada na avenida Ernesto Geisel. A interrupção, mesmo que localizada, chamou a atenção para um fantasma que ainda persegue os clientes do setor elétrico, o medo de, de repente, ficar por horas sem o insumo básico para a economia da cidade e a vida das pessoas.

“Falta de luz prejudica toda a economia e é uma preocupação constante”, define o presidente do Conselho dos Consumidores da Enersul, empresa que abastece 73 dos 78 municípios de Mato Grosso do Sul, o presidente Fecomércio (Federação do Comércio de MS), Edison Araújo

De acordo com ele, a entidade acompanha as informações sobre interrupções e recebe relatórios frequentes da Enersul. O problema ocorrido no sábado, conforme a empresa, foi resolvido em 14 minutos para 60% dos consumidores atingidos.

A empresa diz que o risco de apagões como os que ocorreram em anos anteriores inexiste e afirma que, entre as concessionárias do setor tem um dos melhores índices de qualidade no fornecimento de energia elétrica.

O dado mais recente, do ano passado, mostra que a empresa ficou abaixo do limite estabelecido pela Aneel ( Agência Nacional de Energia Elétrica) para as interrupções do fornecimento. São dois referenciais, o DEC (Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidor) indica o tempo de duração, por unidade consumidora, das interrupções, e o FEC (Freqüência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora).

O DEC da Enersul no ano passado foi de 10, ou seja, 10 horas contabilizadas de falta de energia, o menor valor entre as empresas do Centro-Oeste. Já o FEC foi de 7, o que significa que, em média, cada unidade consumidora registrou falta de energia em 7 ocasiões. Esse índice é também o menor das empresas do setor no Centro-Oeste.

“Temos índices mais baixos, inclusive, do que a capital federal, Brasília, onde a rede é subterrânea e não há risco de árvores, ou até animais, atrapalharem a distribuição”, afirma o diretor de Operações da Enersul, Edmir Bosso.

Ele diz que o fator tempo conta muito e, este ano, o primeiro trimestre foi bastante complicado em Mato Grosso do Sul, por causa das chuvas intensas, muitas vezes acompanhadas de raio.

Bosso afirma que os índices só fechados agora em dezembro. O limite da empresa este ano é de DEC de 14,73 de DEC e 12,34 de FEC, como estabeleceu a Aneel.

Proteção e não problema - Indagado sobre as reclamações de clientes sobre oscilações na corrente elétrica, o diretor de Operações diz que elas, na verdade, são uma proteção do sistema para evitar problemas maiores.

Ele explicou que isso ocorre graças à atuação dos religadores, peças existentes nas estações de distribuição de energia. Quando um problema é identificado na rede, afirma, essa peça age como uma espécie de defesa, desligando automaticamente o sistema.

O religador, segundo a explicação dos técnicos da Enersul, faz “testes” por três vezes para tentar ao funcionamento normal e se o problema continua sendo identificado, o equipamento deixa de tentar fazer uma nova ligação do sistema e o centro que controla o funcionamento da rede é acionado para corrigir o problema.

O diretor afirma que o sistema que abastece Mato Grosso do Sul, que tem como principais fontes as usinas de Jupiá e Sérgio Motta, está trabalhando dentro da capacidade, tanto que a usina termelétrica Willian Arjona, não está sendo acionada pelo NOS (Operador do Sistema Nacional).

A Enersul tem 810 mil clientes em Mato Grosso do Sul e, conforme o diretor, fez investimentos de R$ 1,6 bilhão desde que foi privatizada, em 1998.

Centro onde técnicos acompanham o sistema de distribuição de energia da Enersul, em Campo Grande.
Centro onde técnicos acompanham o sistema de distribuição de energia da Enersul, em Campo Grande.
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