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Economia

Com R$ 44 a mais, trabalhador consegue upgrade na cesta básica

Segundo vendedores de mantimentos, é possível reforçar a dispensa com mais arroz, feijão, óleo, açúcar, pacotes de macarrão, dentre outros itens essenciais

Anahi Zurutuza e Bruna Pasche | 03/01/2019 13:35
Cesta básicas expostas no Mercadão (Foto: Henrique Kawaminami)
Cesta básicas expostas no Mercadão (Foto: Henrique Kawaminami)

O aumento de R$ 44 no salário mínimo corresponde nem a 10% do valor médio de uma cesta-básica em Campo Grande, mas de acordo com comerciantes do produto com o valor é possível sim dar um “upgrade” na lista de produtos. Em novembro de 2018, segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), a Capital teve a 6ª cesta-básica mais cara do País – R$ 420,80, preço correspondente 47,94% do piso salarial, que era de R$ 954.

A partir do mês que vem, o trabalhador receberá no mínimo R$ 998 por mês. Com o reajuste de 4,6%, segundo vendedores de mantimentos, é possível reforçar a dispensa com mais arroz, feijão, óleo, açúcar, pacotes de macarrão, dentre outros itens essenciais.

Apesar da análise positiva, os comerciantes não acreditam em aumento significativo nas vendas. Afinal, celetistas não gastam somente com a cesta-básica e devem usar o aumento para outras despesas, como aluguel por exemplo.

“Como o aumento foi muito pouco e as pessoas têm mais contas além do mercado, acredito que para o comércio não vá fazer diferença”, afirma Nelson Bento, dono do Box do Nelson, que vende cestas-básicas no Mercadão.

O comerciante afirma que com o aumento é possível, contudo, comprar mais 2 sacos de arroz, 2 de feijão, 2 de açúcar e 2 de óleo. “Uma cesta farta que dá para uma família de quatro pessoas sai cerca de R$ 200”, afirma.

Estevão Dario Melgarejo, administrador da Real Cesta Básica, é mais otimista. “Dá para comprar mais 4 pacotes de arroz, 12 latas de óleo, 7 pacotes de açúcar de 2kg e 18 pacotes de macarrão”, calcula.

Ele aproveita para destacar que comprar mantimentos em cesta-básica é uma forma de economizar o salário, que já é mínimo. “A gente percebe que ao ir ao mercado você se distrai e acaba comprando outras coisas e não o que realmente precisa. Acho que com o pouco aumento, quem pensar direito vai acabar preferindo a cesta básica que compensa mais”, disse.

No box dele no Mercado Municipal, as cestas variam de R$ 50 a R$ 350 e para as famílias de quatro pessoas, segundo o administrador, é possível adquirir um pacote com mantimentos por R$ 90.

Atsushi Nakamura, comerciante do Mercadão, em entrevista (Foto: Henrique Kawaminami)
Atsushi Nakamura, comerciante do Mercadão, em entrevista (Foto: Henrique Kawaminami)

O proprietário do Box da Tereza explica que se não houve inflação nos valores dos produtos, é possível que o aumento do mínimo influencie nas vendas. “Na minha opinião só o aumento do salário não é suficiente, mas se os preços se mantiverem é possível que tenha uma esquentada no comércio. Vamos aguardar para ver”, conclui Atsushi Nakamura.

O comerciante afirma ainda que com R$ 44 é possível quase que dobrar a lista de mantimentos de uma cesta.

Ideal – Constitucionalmente, o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência. Em novembro de 2018, o piso necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 3.959,98, ou 4,15 vezes o salário mínimo nacional, que era de R$ 954,00.

Cestas básicas e seus preços (Foto: Henrique Kawaminami)
Cestas básicas e seus preços (Foto: Henrique Kawaminami)
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