Delivery e distanciamento fazem compras de motos mais que dobrar na Capital
Consequências da pandemia acabaram contribuindo para frota disparar em Campo Grande
A compra de motocicletas e primeiro emplacamento apresentaram crescimento considerável nos últimos três em Campo Grande. Na avaliação da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), entre os fatores primordiais estão o aumento no serviço de delivery e o distanciamento social.
De acordo com o Detran (Departamento Estadual de Trânsito), o primeiro emplacamento de motocicletas ou motonetas, as famosas “cinquentinhas”, de baixa cilindrada, registrou crescimento de 100,28% entre maio e junho.
No quinto mês do ano foram 355 pedidos junto ao órgão, já durante a pandemia da covid-19, enquanto dois meses depois o número saltou para 711. Em junho foram 388 registros, indicando o ritmo crescente.
Já as aquisições e/ou aquisições com troca de municípios dos mesmos veículos cresceram de maio a julho 43,61%. Em maio foram 979 solicitações, seguidos por 1.347 no mês seguinte e 1.406 em julho.
Almir Gomes, de 47 anos, conta que trabalha há 20 anos como motoentregador e percebeu que houve de trabalhadores no ramo desde o início da pandemia. “Viram que estava crescendo, tem gente que perdeu o emprego e outros que fizeram investimento de comprar uma moto para trabalhar”, conta.
O trabalhador afirma que leva cerca de 12 horas diárias no expediente, das 10h30 as 22h30, cinco dias da semana. São em média 30 entregas diárias. “A demanda aumentou. Com mais motoentregadores, ninguém sai no prejuízo”, diz. Segundo ele, o horário escolhido é exatamente para poder pegar os horários de pico do almoço e também das refeições noturnas.
Elivelton Alves, de 26 anos, está há dois anos como motoentregador e também percebeu o crescimento de pessoas no ramo. “Aumentou bastante, viram que tem dado resultado”. Ele conta que trabalha em média oito horas por dia e faz 15 entregas. Quando decide trabalhar a noite são mais 15, em média.
A diretoria regional da Fenabrave no Estado aponta que não somente o trabalho de motoentregador influenciou diretamente, como também a fuga do transporte coletivo durante o período de pandemia. Outra possibilidade analisada pela federação é o baixo crédito oferecido pelas instituições financeiras, principalmente para veículos de baixa cilindrada.