ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SÁBADO  23    CAMPO GRANDE 32º

Economia

Frigorífico de jacarés leva qualidade do Pantanal ao mundo, diz Reinaldo

Com capacidade para abater 600 animais por dia e com investimento de R$ 30 milhões, primeiro frigorífico de jacarés de MS foi inaugurado hoje

Richelieu de Carlo | 21/09/2017 16:06
Governador Reinaldo Azambuja discursa durante inauguração de frigorífico de jacarés. (Foto: Priscilla Peres)
Governador Reinaldo Azambuja discursa durante inauguração de frigorífico de jacarés. (Foto: Priscilla Peres)

"Esse empreendimento traz para Corumbá uma nova alternativa de renda e leva carne, couro e artesanato produzidos com qualidade, tecnologia e sustentabilidade para o Brasil e o mundo", disse o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), que esteve acompanhado do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, na inauguração do primeiro frigorífico de carne de jacaré de Mato Grosso do Sul, nesta quinta-feira (21).

A inauguração acontece durante as comemorações dos 239 anos de Corumbá, município pantaneiro localizado a 419 quilômetros de Campo Grande. Além do governador e do ministro, visitaram as instalações do frigorífico o prefeito da cidade, Ruiter Cunha, o senador Pedro Chaves (PSC) e deputados estaduais e federais.

O frigorífico foi construído pela empresa Caimasul (Caimans do Sul do Pantanal Importação e Exportação), que investiu R$ 30 milhões na unidade com capacidade de abater 600 animais por dia e deve gerar 150 empregos diretos, com previsão de produzir 350 toneladas de carne por ano e 10 mil peles.

"O evento de hoje é um marco na história do Pantanal, uso sustentável dos recursos naturais que representam uma nova oportunidade econômica no Estado", disse BlairoMaggi, que parabenizou os empresários por terminarem "projeto tão inovador e importante".

O ministro da Agricultura incrementou seu discurso com dados da economia do setor. Informou que são 85 bilhões de dólares exportados em alimentos do País, e importamos 10 bilhões de dólares. O Brasil tem de 6 a 7% do mercado mundial de alimentos, segundo Maggi, a intenção é chegar a 10%, mas para isso precisa justamente da ajuda de projetos novos e a diversificação dos produtos.

Ministro Blairo Maggi (de azul), Pedro Chaves e Reinaldo Azambuja recebem artigos produzidos com couro de jacaré. (Foto: Priscilla Peres)
Ministro Blairo Maggi (de azul), Pedro Chaves e Reinaldo Azambuja recebem artigos produzidos com couro de jacaré. (Foto: Priscilla Peres)

"Vamos poder oferecer algo novo para o mercado nacional e internacional, que leva uma marca forte que é o Pantanal. Não tenho dúvidas que, além dos empregos e oportunidades, a gente vai avançar bastante, porque é um nicho de mercado interessante e novo", discursou Reinaldo Azambuja durante a inauguração.

A construção do frigorífico foi lançada há pouco mais de um ano, no dia 16 de junho. Está localizado à margem da BR-262, distante aproximadamente 35 quilômetros da área urbana de Corumbá, em uma fazenda de 154 hectares.

O abatedouro tem autorização do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) para funcionar e faz parte do projeto Caimasul, complexo industrial que engloba criação, engorda e abate de jacarés.

"Aqui nós temos o ciclo completo da cadeia produtiva do jacaré e é um ótimo exemplo de que é possível encontrar o equilíbrio entre a sustentabilidade e a produção", disse o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck sobre o frigorífico.

"Ainda vai ajudar a gerar emprego e renda em uma nova vertente da economia do estado, que ainda vai gerar turismo e desenvolvimento", complementou.

Jacarés em uma das baias da fazenda no frigorífico. (Foto: Priscilla Peres)
Jacarés em uma das baias da fazenda no frigorífico. (Foto: Priscilla Peres)

A tecnologia empregada permite o reaproveitamento total do animal. A planta industrial é composta por curtume, fábrica de ração para répteis, loja de artesanatos e sede administrativa. Do jacaré é aproveitado a carne, são 11 diferentes tipos de cortes, o couro, a cabeça e até as vísceras, que serão transformadas em ração animal pela própria empresa.

A produção de carne deve ser comercializada no mercado interno, enquanto que 70% dos couros vão para o exterior.
No primeiro mês de funcionamento, a expectativa é de que a produção chegue a sete toneladas de carne e 2.300 mil de peles. Atualmente estão confinados 79 mil animais, com 30 mil prontos para o abate.

Apesar de ser construído apenas com recursos privados, o frigorífico é um projeto sustentável que contou com o apoio do Governo do Estado, por meio de incentivos fiscais e do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), que fez estudos específicos para conceder a licença ambiental ao empreendimento.

"Temos o compromisso de criar uma fundação, destinando valor para cada animal abatido no frigorífico e transformar Corumbá em um polo de produção e consumo de jacaré. E um cortume, ainda a ser inaugurado, para o Brasil ser um grande produtor de peles exóticas legais", declarou Raul do Amaral, presidente da Caimasul.

Baias onde são criados os jacarés em cativeiro. (Foto: Divulgação/Caimasul)
Baias onde são criados os jacarés em cativeiro. (Foto: Divulgação/Caimasul)
Nos siga no Google Notícias