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Economia

Governo é contra a classificação da tilápia como espécie exótica e pede estudo

Inclusão na lista ameaça exportações que renderam R$ 35 mi para MS em 2025

Por Fernanda Palheta | 25/10/2025 09:41
Governo é contra a classificação da tilápia como espécie exótica e pede estudo
Peixe da espécie tilápia criado em cativeiro (Foto: Reprodução)

O Governo do Estado se manifestou contrário à possibilidade de a Conabio (Comissão Nacional de Biodiversidade), vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, incluir a tilápia na lista nacional de espécies exóticas invasoras. Com a classificação, a produção do pescado pode ser proibida em todo o país. A decisão impactaria o setor crescente em Mato Grosso do Sul, que exportou 1.325 toneladas de filé de tilápia fresca, refrigerada, congelada e outras partes do pescado entre janeiro e fevereiro deste ano.

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O Governo de Mato Grosso do Sul manifestou-se contra a possível inclusão da tilápia na lista nacional de espécies exóticas invasoras pela Comissão Nacional de Biodiversidade. A medida poderia proibir a produção do pescado em todo o país, afetando significativamente o setor no estado, que exportou 1.325 toneladas do produto nos dois primeiros meses do ano. O secretário Jaime Verruck defende a necessidade de mais estudos científicos sobre o impacto da espécie. Atualmente, MS é o quinto maior produtor de tilápia do Brasil, com produção concentrada em tanques-rede na bacia do Paraná, sendo proibida sua criação na bacia do Paraguai como medida preventiva.

Em entrevista ao Campo Grande News, o titular da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Jaime Verruck, defendeu a realização de estudos científicos para fundamentar a decisão. “Não vemos problemas de desequilíbrio dentro dos rios com a produção da tilápia. Acho que tem que ter mais estudos científicos para mostrar se ela está proliferando e se tem impacto de destruir uma cadeia”, disse.

Segundo o secretário, no Estado, a maior parte da produção se concentra em tanques-rede localizados nos rios da bacia do Paraná. Ele reconhece que a tilápia pode “fugir” dos tanques e se estabelecer nos rios; porém, afirma que isso não seria uma ameaça, pelo perfil da espécie africana, e cita o fato de o animal não ser carnívoro.

Apesar de não ver a tilápia como uma ameaça, o Governo do Estado adotou medidas preventivas. “No Estado de Mato Grosso do Sul, por exemplo, você não pode criar a tilápia na bacia do Paraguai. Se você está em Aquidauana, você não pode fazer um tanque de tilápia. Já existe uma restrição para ambientes mais sensíveis”, explicou.

O crescimento da tilápia em Mato Grosso do Sul, nos últimos anos, tem sido significativo. Verruck ressaltou a atuação do Governo para fomentar a cadeia de produção do pescado, considerado o “frango dos peixes” por ter alta capacidade de conversão. “Temos uma estrutura muito significativa e em crescimento, com programa de desenvolvimento da piscicultura no Estado e estímulos para produtores entrarem na produção de tilápia”, afirmou.

Segundo a Peixe BR, o Estado subiu 15 posições no ranking nacional de produtores e vem conquistando destaque em mercados internacionais, especialmente nos Estados Unidos e Canadá, graças à profissionalização da cadeia produtiva e à modernização das empresas locais.

Em 2024, o Brasil produziu 662.230 toneladas de tilápia, representando 68% de toda a produção nacional de peixes cultivados. Mato Grosso do Sul aparece como o 5º maior produtor de tilápia do país e o 8º na criação de peixes de cultivo, segundo o Anuário da Piscicultura 2024, da associação Peixe BR.

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