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Loterias

Gasto em “bets” em 2023 no País foi 2 vezes maior que orçamento de MS

Entre janeiro e novembro do ano passado, as “fezinhas” atingiram R$ 54 bilhões

Por Jhefferson Gamarra | 18/01/2024 16:49
Cliente abrindo site de apostas online (Foto: Arquivo/Campo Grande News)
Cliente abrindo site de apostas online (Foto: Arquivo/Campo Grande News)

Os brasileiros não economizaram quando o assunto foi jogos e apostas on-line em 2023. Entre janeiro e novembro do ano passado, as “fezinhas” em sites conhecidos como "bets" atingiram o montante de 11,1 bilhões de dólares, o equivalente a R$ 54 bilhões. A estimativa foi publicada pelo jornal Folha de São Paulo com base em dados divulgados pelo Banco Central.

A quantia gasta em apostas esportivas, por exemplo, foi mais do que o dobro do orçamento de Mato Grosso do Sul em 2023, que foi de R$ 22 bilhões, e ultrapassa as projeções orçamentárias para 2024, estimadas em R$ 25,4 bilhões.

Do total gasto pelos brasileiros em bets no exterior, a maior parte, aproximadamente 8,9 bilhões de dólares (43,3 bilhões de reais), representa o valor efetivamente apostado pelos jogadores e posteriormente distribuído entre os ganhadores. O restante, 2,2 bilhões de dólares (10,7 bilhões de reais), corresponde à taxa de serviço retida pelos sites que operam as apostas.

A legislação que permitiu a oferta de sites de apostas esportivas no Brasil foi aprovada durante o governo de Michel Temer (MDB). No entanto, as empresas operam em jurisdições estrangeiras devido à ausência de regulação específica no país.

Recentemente, dados do Banco Central indicaram que cerca de 7,1 bilhões de dólares (34,5 bilhões de reais) foram devolvidos aos jogadores brasileiros em forma de prêmios entre janeiro e novembro do ano passado.

Diante desse cenário, o Governo Federal começou a se movimentar em busca de regulamentação. No ano passado, o Congresso Nacional aprovou uma lei sobre o tema, sancionada pelo presidente Lula (PT) no final de dezembro. A legislação prevê uma taxação de 12% sobre as empresas que operam no setor e 15% sobre os apostadores premiados, sinalizando uma tentativa de controlar o mercado e gerar receitas para os cofres públicos.

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