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Economia

MS quer decretar emergência contra lagarta que pode dizimar a soja

Aline dos Santos | 03/12/2013 10:57
Preocupação é a soja, com expectativa de colheita de 6,6 milhões de toneladas em MS. (Foto: Divulgação)
Preocupação é a soja, com expectativa de colheita de 6,6 milhões de toneladas em MS. (Foto: Divulgação)

Pequena e com grande poder de destruição, a lagarta Helicoverpa armigera ameaça lavouras por todo o país, incluindo Mato Grosso do Sul, que já solicitou ao Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) a decretação de emergência fitossanitária. A preocupação é a soja, com expectativa de colheita de 6,6 milhões de toneladas.

Segundo o site Agrodebate, o pedido foi confirmado pela titular da Seprotur (Secretaria do Desenvolvimento Agrário, Produção, Indústria, Comércio e Turismo), Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias, no dia 29 de novembro.

A praga já foi identificada em Naviraí, São Gabriel do Oeste e Chapadão do Sul. Conforme a Seprotur, a confirmação veio na última sexta-feira.

Segundo o pesquisador da Fundação Chapadão, Germison Tomquelski, o potencial de destruição é grande. “Pode chegar a 100%”, afirma. Ele salienta que a lagarta é uma praga diferente. “Tem uma alta taxa reprodutiva, ataca diversas culturas e ela apresenta uma tolerância maior aos inseticidas do que as outras pragas, é mais resistente”, explica o pesquisador sobre o novo “inimigo” dos produtores.

Como o plantio foi feito em outubro, agora é o período de maior alerta, pois a lagarta ataca na fase da formação de grãos. Nos municípios identificados, o controle é feito com os inseticidas disponíveis, mas a melhor arma é um produto ainda sem registro, que só pode ser utilizado mediante o decreto do ministério. “Outro fator é que os produtos podem acabar também”, afirma Germison Tomquelski.

Com expectativa de colher 396 mil toneladas do grão, São Gabriel do Oeste, a 140 km de Campo Grande, faz trabalho preventivo. “Fazemos aplicações preventivas. Mas dezembro é um mês chuvoso, temos que ver como vai se comportar”, afirma o presidente do Sindicato Rural do Município, Júlio Bortolini.

Também na região Norte, Chapadão do Sul criou uma patrulha de monitoramento, em parceria com as prefeituras de Paraíso das Águas, Chapadão do Céu (Goiás)e Cooperativa Copper. O programa consiste em três equipes, formada por dois técnicos cada uma, que saem em visitas semanais às fazendas.

Conforme o Ministério da Agricultura, o pedido de Mato Grosso do Sul não tinha chegado até ontem. O Mapa já decretou emergência fitossanitária na Bahia, Mato Grosso, Goiás e parte de Minas Gerais. O documento permite o uso de agrotóxico que ainda não tem registro.

Dentre as medidas de combate, estão o vazio sanitário, adoção de áreas de refúgio e a destruição de restos da cultura. A importação de produtos agrotóxicos, que tenham como ingrediente ativo a substância Benzoato de Emamectina, também está autorizada. As propriedades que utilizarem a substância serão acompanhadas por fiscalização.

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