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Economia

Quaresma não reduz preço, carne sobe até 45% e cai venda de açougues

Mariana Rodrigues | 04/04/2015 09:14
A procura pela carne bovina diminuiu bem antes da Semana Santa. (Foto: Simão Nogueira)
A procura pela carne bovina diminuiu bem antes da Semana Santa. (Foto: Simão Nogueira)

A venda de carne bovina diminuiu bastante nesta época do ano, deixando açougues cada vez mais vazios. Alguns cortes apresentam elevação de até 45%, fazendo com que o consumidor opte por outros produtos como o frango, por exemplo. A pouca procura não é atribuída apenas pela Semana Santa, mas também porque a carne vermelha está cada vez mais cara e sem previsão para baixar.

Walderson Soares, 43 anos, afirma que para driblar os altos preços do produto teve que diferenciar na hora das compras e acrescentar o frango a sua lista. "Reduzi um pouco o consumo de carne devido ao preço que está caro. Para economizar, eu pesquiso antes e também comecei a consumir mais frango que é mais barato que a carne", afirmou.

Em uma casa de carnes localizada na avenida das Bandeiras, em Campo Grande, o açougueiro conta que o movimento caiu bastante, e a procura pela carne é menor. "Aqui, os consumidores preferem levar mais frango, ou compram em menos quantidade do que no ano passado. O que notamos também, é que esses consumidores que antes compravam em açougue agora compram em redes atacadistas pois lá o preço é mais em conta e a carne é encontrada á vácuo, o que fica mais barata", disse.

Segundo o dono de um açougue da região central, que não quis se identificar, o movimento no local está fraco e o consumidor tem preferido levar uma quantidade menor de carne para poder economizar."Nossos clientes se caracterizam por comprar carne em grandes quantidades, mas agora o que temos notado é que a procura pelo produto continua, mas hoje eles compram bem menos para poder economizar".

Neste estabelecimento da área central, a carne de segunda mais procurada é o miolo da paleta, que antes era comercializada a R$ 10,99, e agora está custando R$ 15,99 o quilo. Já os cortes de primeira, como o coxão mole, por exemplo, antes era repassado ao consumidor por R$ 19,99, e agora é encontrado por R$ 23, 99. A picanha, um dos cortes mais procurados, segundo o dono do local, ficou até R$ 10 mais caro o quilo.

Walderson Soares, 43 anos, agora compra mais frango para economizar. (Foto: Simão Nogueira)
Walderson Soares, 43 anos, agora compra mais frango para economizar. (Foto: Simão Nogueira)
Reginaldo da Silva, 31 anos, diz que mesmo com a carne cara, ele não deixa de comprar o produto. (Foto: Simão Nogueira)
Reginaldo da Silva, 31 anos, diz que mesmo com a carne cara, ele não deixa de comprar o produto. (Foto: Simão Nogueira)

Sazonal - A carne vem subindo desde o ano passado, no Natal é normal o preço aumentar devido a grande procura, e depois os preços caem até 30% em janeiro, mas não foi o que ocorreu neste ano, onde os preços não baixaram e houve um novo aumento no mês de fevereiro novamente. Mesmo com o produto vendido mais caro, ainda há consumidores que não abrem mão na hora de comprar e preferem pagar mais e economizar em outras coisas, do que abrir mão de consumir carne todos os dias, como é o caso do motorista Reginaldo da Silva, 31 anos.

"Os preços estão muito caros, infelizmente, mas não deixei de consumir por causa disso, nesse caso não tem como economizar, eu tenho o hábito de comer carne, então prefiro economizar em outras coisas como vestuário, do que deixar de comprar carne ou reduzir o consumo", destacou Reginaldo.

Marcelo de Oliveira Lima, 52 anos, proprietário de uma casa de carnes localizada no bairro Universitário, disse que a procura pela carne bovina já diminuiu por conta da Semana Santa, mas o preço também afastou os comerciantes bem antes da data. "Mesmo antes da Semana Santa a procura pelo o produto já havia diminuído e o consumidor já estava buscando economizar levando produtos maios baratos como o peixe e o frango".

Marcelo comenta que a procura pelos cortes é meio regionalizado, mas que no seu comércio, a carne de primeira mais procurada é o coxão mole que hoje custa R$ 17, e antes era comercializado a R$ 14, 50. Já a carne de segunda mais procurada é a agulha que atualmente custa R$ 13, mas que antes do aumento era encontrada por até R$ 11.

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