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Economia

Taxa básica de juros sobe para 14,75%, maior patamar desde 2006

Esta foi a sexta alta seguida da Selic

Por Gustavo Bonotto | 07/05/2025 19:01
Taxa básica de juros sobe para 14,75%, maior patamar desde 2006
Cidadão conta cédulas de R$ 50. (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central elevou, no fim desta quarta-feira (7), em Brasília (DF), a taxa básica de juros da economia em 0,5 ponto percentual, para 14,75% ao ano, por causa da inflação elevada, das incertezas externas e da pressão nos preços dos alimentos e da energia. A decisão, tomada por unanimidade, ocorreu após avaliação do cenário econômico global e doméstico, marcado por riscos fiscais e instabilidade nos Estados Unidos.

Esta foi a sexta alta seguida da Selic, que atingiu o maior nível desde agosto de 2006. O Copom justificou que o ambiente de incerteza exige prudência e não indicou os próximos passos da política monetária. O comitê citou a necessidade de acompanhar os efeitos das altas anteriores e manter flexibilidade diante de novos dados sobre a inflação.

A taxa Selic influencia todas as demais taxas de juros da economia. O objetivo do Banco Central é conter a inflação, que acumula alta de 5,49% nos últimos 12 meses, segundo o IPCA-15, índice que antecipa a tendência da inflação oficial. Esse valor ultrapassa o teto da meta contínua de 4,5%, em vigor desde janeiro, cujo centro é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Com juros mais altos, o crédito fica mais caro, o consumo diminui e a atividade econômica desacelera. Segundo o próprio Banco Central, a expectativa de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 2025 foi reduzida para 1,9%. Já o mercado financeiro prevê expansão de 2%, de acordo com o boletim Focus.

As projeções para a inflação oficial também foram revisadas. O Copom estima que o IPCA feche 2025 em 4,8%, ainda acima do teto da meta, e termine 2026 em 3,6%. O Banco Central afirmou que continuará avaliando os efeitos da política monetária sobre a economia antes de qualquer nova decisão sobre a Selic.

A elevação dos juros também aumenta os gastos do governo com a dívida pública. Em 12 meses até março, os pagamentos de juros somaram R$ 948 bilhões, equivalentes a 7,9% do PIB. Por outro lado, a alta da Selic pode elevar o rendimento de aplicações em renda fixa, como títulos públicos e debêntures, mas reduz o apelo do mercado de ações.

Especialistas apontam que, mesmo com os juros elevados, os efeitos sobre a inflação são retardados e só devem aparecer de forma mais intensa ao longo de 2026. O Copom, segundo comunicado, continua atento às pressões inflacionárias e às incertezas externas que afetam a economia brasileira.

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