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Educação e Tecnologia

Com menos recursos da União, UFMS deve rever prioridades em 2026

Reitora alerta para impactos do corte orçamentário de R$ 400 milhões nas atividades acadêmicas

Por Gustavo Bonotto e Fernanda Palheta | 23/12/2025 20:13
Com menos recursos da União, UFMS deve rever prioridades em 2026
A reitora da UFMS, Camila Ítavo, durante palestra. (Foto: Arquivo/Campo Grande News)

O corte de cerca de R$ 400 milhões no orçamento das universidades federais para 2026, noticiado nesta terça-feira (23), vai obrigar a UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) a rever o planejamento do próximo ano. A avaliação é da reitora Camila Ítavo, que, a pedido do Campo Grande News, aponta impacto direto na manutenção da infraestrutura, no custeio de serviços essenciais e no funcionamento das atividades acadêmicas.

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A UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) enfrentará desafios orçamentários em 2026 devido ao corte de aproximadamente R$ 400 milhões nos recursos destinados às universidades federais. A reitora Camila Ítavo afirma que a redução afetará diretamente a manutenção da infraestrutura e serviços essenciais da instituição. O corte total nas 69 universidades federais chega a R$ 488 milhões, segundo a Andifes. A assistência estudantil, que sofrerá redução de R$ 100 milhões, permanecerá como prioridade na UFMS para evitar a evasão de alunos em situação de vulnerabilidade social. A instituição precisará reorganizar seu planejamento para minimizar os impactos.

“Esse cenário impõe desafios adicionais à gestão universitária, especialmente na manutenção da infraestrutura, no custeio de serviços essenciais e na garantia das condições necessárias para o desenvolvimento do ensino, da pesquisa, da extensão e da inovação”, afirma a reitora.

Segundo Camila, a instituição precisará reorganizar o planejamento anual para reduzir os impactos da restrição financeira. “Será necessário reavaliar o planejamento, redefinir prioridades e buscar o uso mais eficiente dos recursos, de forma a assegurar a continuidade das atividades estratégicas”, disse.

A reitora destacou que a assistência estudantil seguirá como prioridade, diante do risco de evasão de alunos em situação de vulnerabilidade social. “A preservação das políticas de apoio aos estudantes, em especial àqueles em situação de maior vulnerabilidade, permanece como diretriz central”, discorreu, sem citar números locais.

O corte foi aprovado pelo Congresso Nacional durante a tramitação do orçamento da União para 2026. De acordo com levantamento da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior), a redução total chega a R$ 488 milhões nos recursos discricionários das 69 universidades federais, o equivalente a 7,05%.

A entidade aponta que apenas na assistência estudantil a perda é de cerca de R$ 100 milhões, o que compromete programas voltados à permanência de estudantes de baixa renda. Sem recomposição, o orçamento das universidades federais em 2026 ficará abaixo do executado em 2025, sem considerar inflação e reajustes contratuais.

As dificuldades não são novas. As universidades federais afirmam que o orçamento de 2025 já estava abaixo do necessário para manter as atividades em níveis considerados adequados. No início deste ano, a reivindicação das instituições era de R$ 7,81 bilhões, valor equivalente ao orçamento de 2019 corrigido pela inflação. Entre 2020 e 2022, os repasses foram ainda menores.

O MEC (Ministério da Educação) reconheceu naquele momento que as universidades ainda sentem os efeitos da redução orçamentária ocorrida entre 2016 e 2022 e afirmou que, desde 2023, vem adotando medidas para recuperar gradualmente os recursos destinados ao ensino superior.