Jovens enfrentam o dia mais técnico do Enem com confiança, oração e óleo ungido
Candidatos destacam preparação intensa, apoio da família e até fé para enfrentar o dia mais difícil
Pouco antes de entrar para o segundo dia do Enem, neste domingo (16), no maior ponto de prova de Campo Grande, o clima entre os estudantes era dividido entre ansiedade e confiança. Mesmo sendo o domingo considerado mais técnico e puxado do exame, muitos chegavam confiantes para encarar a tão temida Matemática e Ciências da Natureza.
RESUMO
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Estudantes enfrentam o segundo dia do Enem 2023 em Campo Grande com diferentes expectativas. Enquanto alguns demonstram ansiedade, outros se mostram confiantes para as provas de Matemática e Ciências da Natureza, consideradas as mais técnicas do exame. Júlia Ferreira Pires, 17 anos, aluna da Escola Estadual São José, destaca-se pela tranquilidade após preparação em cursinho durante o ano. Mesmo almejando cursar Direito, ela mantém-se otimista para as provas de exatas e planeja concorrer a vagas em diversas universidades, incluindo instituições fora do estado.
A estudante Júlia Ferreira Pires, de 17 anos, era um dos rostos tranquilos na multidão. Terminando o terceiro ano na Escola Estadual São José, ela fez cursinho o ano inteiro e acredita que a preparação fez diferença.
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“Eu acho que vai dar tudo certo. Fiz cursinho durante este ano todo; acho que é uma prova tranquila; o básico você aprende na escola”, comentou. Júlia diz que não encara a ansiedade como vilã. “A ansiedade é parte do processo; não é algo ruim que pode me prejudicar”.
Mesmo prestando Direito, curso que não depende tanto de ciências exatas, ela não desanima com o tema do dia. Já fez o Enem uma vez, ainda no primeiro ano, e agora aposta em Campo Grande, embora também vá concorrer a vagas em universidades de fora. “Vou jogar pra várias”, resume.
Ele revisou as matérias nos últimos dias e focou especialmente em matemática, pois essa disciplina pesa mais na nota de quem tenta direito, seu objetivo.
Danilo pretende estudar na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e só se inscreveu para vagas na capital. A preparação dele para o domingo incluiu planejamento meticuloso da mochila: três sanduíches, duas bolachas e água.
Enquanto conversava com a reportagem, recebeu um papel de um dos voluntários que costumam distribuir mensagens religiosas na porta dos locais de prova. O gesto o emocionou. “Isso ajuda, sou evangélico e dá um alívio. A gente vê que não está sozinho”.
Com "óleo ungido" para abençoar, Layane dos Santos Nascimento, de 16 anos, também chegou cedo com duas amigas. As outras pessoas com quem conversava na porta ela conheceu ali mesmo, enquanto esperava a abertura dos portões.
No terceiro ano da escola pública, ela aposta alto: quer Agronomia como primeira opção e Astronomia como segunda. E vai concorrer a vagas dentro e fora de Mato Grosso do Sul. “A preparação foi bem corrida. Teve matéria que ainda deixei de estudar. Um ano foi pouco”, comentou.
Layane admite que o segundo dia não é o que inspira mais confiança. Ela teme principalmente matemática e arrisca palpites sobre o que deve cair: regra de três, gráficos, porcentagem e progressão aritmética. Em biologia, aposta em células e fotossíntese. Já química, segundo ela, “tá no papo”.
Perto dali, Ivan César Brito Júnior, de 18 anos, tentava manter o otimismo. Ele também termina o ensino médio neste ano e tenta uma vaga em Educação Física em Campo Grande. Estudou pouco para o Enem e reconhece o risco. “Estudei só no mês de outubro, por isso tô com medo”, afirmou. Ainda assim, chama o domingo de “dia de confiança”. É sua segunda vez no exame e, desta vez, focou principalmente em biologia, a matéria que mais treinou.
Entre os rostos determinados, Yara Sousa, de 17 anos, chamava atenção pela rotina intensa. Ela quer Medicina e pretende tentar vagas em Campo Grande e em outros estados, além de buscar Fies e Prouni. A agenda dela não deixa muito espaço para descanso: estuda de manhã, trabalha à tarde, vai para a academia à noite e, só depois disso, faz cursinho preparatório on-line. “Todo tempo vago eu estudava pro Enem”, contou.
A maratona seguia até de madrugada. Yara voltava aos estudos às 23h, ficava até as 2h e acordava às 4h. Diz que se acostumou ao ritmo e compensa o sono no fim de semana. Hoje, admite sentir mais dificuldade por causa do conteúdo mais técnico. Não trouxe lanche. “Estou eu e Deus”, disse, rindo, antes de entrar. Também vinda de escola pública, ela carrega a expectativa de transformar a rotina exaustiva em aprovação.
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