Paixão de 24 anos por música dá título de ‘arqueólogo’ para Carlos
Carlos Luz é conhecido pelo garimpo e pesquisa da música sul-mato-grossense e agora ganhou documentário
Quem é apaixonado por música sul-mato-grossense e passeia pelas feiras culturais de Campo Grande já deve ter ouvido falar sobre Carlos Luz. Pesquisador da cultura regional, agora ele atingiu um novo patamar: vai ficar conhecido como o “arqueólogo” da área graças aos seus 24 anos de amor em um documentário.
Para aqueles que nunca tiveram contato com Carlos, aqui vai o resumo: há 24 anos ele se dedica a pesquisar sobre a música sul-mato-grossense e coleciona discos de vinil variados. Em seu acervo, há mais de 700 cópias.
Dividindo sua dedicação com o MIS (Museu da Imagem e do Som), as idas às feiras, assim como a procura em sebos e lojas antigas, é feita de forma voluntária. E, acompanhando essas atividades, a cineasta Marinete Pinheiro vinha aguardando o momento certo para transformar a trajetória do pesquisador em documentário. Agora, a produção também é realizada pelo diretor de fotografia, Carlos Wagner.
Nas últimas semanas, Carlos tem se reunido com amigos e músicos para compartilhar a alegria de ganhar o título no documentário que é dedicado a ela, sua pesquisa e aos modos de ouvir música
Explicando sobre o projeto, Marinete comenta que além do aspecto de preservação da música, outro objetivo é conversar sobre os formatos musicais como o vinil.
“Há também a questão histórica da forma de escutar música, como esse processo da música vai mudando aos poucos. É um projeto de memória que fala desse personagem que é o Carlos Luz, que o chamamos de o arqueólogo da música de Campo Grande e, ao mesmo tempo, discute sobre a preservação dos produtos físicos e da memória dos artistas”.
Na prática, Marinete exemplifica o caso de Beth e Betinha, que não tinham as próprias gravações. Quando os discos eram produzidos, a tiragem costumava ser baixa e os produtos que ficavam na reserva muitas vezes estragavam.
“Para os artistas mais antigos, tem essa questão de recuperação. A Delinha, por exemplo, não tinha a discografia dela como Carlos Luz tinha. Ele é um memorialista da música e podemos pensar sobre como o digital perde isso, que é muito bonito, o ponto de fazer as capas de disco, os encartes, enfim”, relata Marinete.
Já aos olhos de Carlos, estar em frente às câmeras e poder compartilhar de um jeito diferente sua pesquisa é mais uma forma de sentir seu orgulho brilhar. Preocupado em manter a história cultural de MS viva, ele explica que receber os artistas que possui em seu acervo é um novo marco.
“Poder fazer esse documentário e preservar nossa cultura e manter a valorização dos nossos músicos, compositores, artistas e poetas. É importante para que a gente leve a conscientização sobre a preservação e agora vamos ter um registro histórico para futuras pesquisas”.
Confira a galeria de imagens:
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